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2° DIA DE MANIFESTAÇÕES

Caminhoneiros fecham uma das faixas da SP-332 perto da Replan em Paulínia (SP)

Motoristas de caminhão fazem na manhã desta terça-feira (10) um protesto na no km 130 da Rodovia Zeferino Vaz (SP-332), em Paulínia (SP).O protesto contra o governo federal é perto da Replan e teve início às 6h30 com cerca de 60 caminhoneiros. De acordo com a Polícia Militar Rodoviária e com a Rota das Bandeiras, empresa que administra o trecho, os manifestantes fecharam a faixa da direita e o acostamento da pista no sentido Cosmópolis (SP). Em seguida, o motoristas também bloquearam o sentido Campinas (SP) da via.

Somente carros de passeio conseguem passar nestes dois sentidos e o congestionamento chega a 2 quilômetros em cada sentido, segundo a Rota das Bandeiras.

Limeira

Na noite de segunda-feira (9), motoristas fizeram um protesto na Rodovia Anhanguera (SP-330), em Limeira (SP). A manifestação durou três horas e no fim da noite as pistas foram desocupadas após um acordo com policiais e um advogado.

Rio Grande do Sul:

O ato dos caminhoneiros, que deram início a uma paralisação na segunda-feira (9) em várias partes do país, continua nesta terça (10) no Rio Grande do Sul. Na ERS-122, entre as cidades de Caxias do Sul e Farroupilha, na Serra gaúcha, os manifestantes estão concentrados no km 68 da rodovia.

Caminhoneiros não estão permitindo a passagem de outros caminhões. Há congestionamento na via. Os veículos estão no acostamento e os motoristas abordam e convocam colegas a aderir à paralisação.

Durante a madrugada, houve queima de pneus e alguns caminhões foram apedrejados na BR-116, em Camaquã, que liga Porto Alegre e Região Metropolitana ao Sul.

A concentração de manifestantes terminou por volta das 2h, depois de vários incidentes. Alguns caminhões que tentavam furar os bloqueios foram apedrejados e muitos caminhoneiros, por questão de segurança, permaneceram parados nos postos de combustíveis.

No Litoral Norte, um caminhoneiro foi atingido por uma pedra e acabou tombando o caminhão que dirigia no fim da tarde de segunda (9), em Três Cachoeiras. O motorista, que prefere não se identificar, disse que furou o bloqueio dos manifestantes na BR-101 e foi perseguido.

Paraná:

O segundo dia da paralisação dos caminhoneiros amanheceu com novos pontos de bloqueios em várias estradas do Paraná nesta terça-feira (10). Grande parte dos manifestantes são autônomos e se declaram independentes de sindicatos. Eles são contra o governo Dilma Rousseff e reclamam da alta de impostos e da elevação nos preços de combustíveis, entre várias outras questões. Também há protestos em outros estados brasileiros.

Segundo as polícias rodoviárias Estadual e Federal, na maior parte dos casos os manifestantes estão liberando a passagem para veículos de passeio, ônibus e ambulâncias.

Minas Gerais:

Caminhoneiros entraram, nesta terça-feira (10), no segundo dia de paralisação em Minas Gerais. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), às 6h eles protestavam em quatro trechos. Ainda segundo a PRF, os manifestantes deixavam passar ônibus, carros de passeio e ambulância.

– BR-381, km 359, em João Monlevade, na Região Central – bloqueio parcial
– Rodovia Fernão Dias, km 513, em Igarapé, na Região Metropolitana – bloqueio parcial
– BR-040, km 627, em Conselheiro Lafaiete, Região Central, bloqueio parcial
– BR-381, km 678, em Perdões, na Região Sul, bloqueio parcial

Santa Catarina:

Pelo segundo dia, caminhoneiros fazem manifestações em Santa Catarina. Na manhã desta terça-feira (10), eles ocupam o acostamento de duas rodovias na região Norte. Em São Bento do Sul, na BR-280, e em Papanduva, na BR-116, membros do movimento permitem o fluxo de ambulâncias, carros e caminhões com cargas perecíveis.

No entroncamento da estrada Dona Francisca, na SC-301, com a BR-280, em São Bento do Sul, cerca de 100 caminhoneiros estão com veículos parados no acostamento, no km 123. Em Papanduva, aproximadamente 70 grevistas estão com caminhões parados na lateral do km 54 da BR-116.

Confira os pontos de protesto nas estradas federais de SC até as 9h:

BR-280, km 123, São Bento do Sul – concentração em acostamento
BR-116, km 54, Papanduva – concentração em acostamento

Goías: 

Caminhoneiros voltaram a protestar nesta terça-feira (10) em Goiás. Eles bloqueiam o km 195 da BR-364, sentido de Jataí a Rio Verde, no sudoeste goiano. O congestionamento já chega a dois quilômetros no local.

O bloqueio começou por volta de 7h30 desta terça-feira. Os manifestantes liberam apenas a passagem de carros de passeio, ambulâncias e veículos que carregam animais ou alimentos perecíveis. Este é o segundo dia de protestos.

De acordo com os motoristas, a paralisação é uma forma de manifestar contra o aumento do preço do óleo diesel, que, segundo os caminhoneiros, pesa 60% do valor recebido pelo frete. Eles também reinvindicam melhores condições de trabalho e cobram do governo federal a promessa de construção de postos de parada para descanso.

De acordo com a PRF, os manifestantes informaram que a paralisação deve acontecer ao longo de toda a terça-feira.

Tocantins:

Os caminhoneiros, em protesto desde a noite deste domingo (8), seguem com o bloqueio na BR-153, em Colinas do Tocantins, norte do estado. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, a rodovia continua parcialmente interditada no km-242 e a passagem está sendo liberada somente para ambulâncias, carros e ônibus. O ato segue a mobilização nacional.

A polícia ainda informou que não há previsão para liberação. A recomendação é que os caminhoneiros aguardem em postos de combustíveis até que a pista seja liberada. Os caminhoneiros protestam principalmente contra o aumento do combustível. Nesta segunda-feira (9), eles queimaram pneus para realizar o bloqueio.

Confira os pontos de protesto nas estradas federais do Tocantins até as 9h20:

BR-153, km 242, Colinas do Tocantins – bloqueio parcial
BR-242, entre Taguatinga e Luiz Eduardo Magalhães – bloqueio parcial

Mato Grosso do Sul:

BR – 267, km 364, Maracajú – bloqueio parcial.

Ceará:

BR – 222, km 316, Tianguá – bloqueio parcial.

Governo ameaça caminhoneiros de greve com multa de R$ 1.915

O governo federal determinou que a Polícia Rodoviária aplique multa de 1.915 reais a caminhoneiros que bloquearem estradas e que use todo o seu efetivo para desbloquear rodovias, afirmou nesta segunda-feira o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Caminhoneiros realizam protestos em 48 pontos de rodovias federais do Brasil em onze Estados, em uma mobilização organizada por meio de redes sociais contra a presidente Dilma Rousseff e que já preocupa alguns setores exportadores.

- Nós determinamos que sejam multados todos aqueles que fecharem estradas. As multas são altas, mais de 1.900 reais, para que seja aplicada de pronto – afirmou o ministro em entrevista distribuída pela sua assessoria de imprensa.

- No caso de interdição de estradas, nós determinamos a PRF que atue através do efetivo necessário para desobstruí-las e garantir que aqueles caminhoneiros que queiram trabalhar tenham sua liberdade de ir e vir inteiramente assegurada – disse ele.

A multa já é prevista na legislação brasileira, e o governo apenas determinou à PRF que seja estritamente cumprida. A punição será aplicada uma vez e, se o caminhoneiro não retirar o veículo que bloqueia a rodovia, será rebocado. A cada vez que voltar a bloquear a estrada, será multado mais uma vez.

Cardozo classificou o movimento como político e afirmou que não há como negociar com os líderes, que pedem a renúncia ou o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

- Esse movimento tem um viés claramente, indiscutivelmente político. Não há uma pauta de reivindicações. Não temos a possibilidade de negociar em cima de questões que não são apresentadas. É uma pauta política. Lamentamos que seja assim – disse o ministro.

Mais cedo, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, já havia afirmado que o objetivo da greve era apenas gerar desgaste para o governo.

- Se tivermos uma pauta de reivindicações, o governo sempre está aberto ao diálogo, mas é uma greve que se caracteriza com o único objetivo de gerar desgaste ao governo – disse Edinho, acrescentando que até o momento nenhuma entidade que representa os caminhoneiros apresentou uma pauta de reivindicações da categoria.

- Uma greve geralmente vem com questões econômicas, sociais, geralmente é propositiva, mesmo quando trata de questões políticas. Nunca vi uma greve em que o único objetivo é gerar desgaste ao governo – afirmou o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social.

O movimento tem baixa adesão, segundo Cardozo, e é “pulverizado”, especialmente porque as lideranças dos principais sindicatos não apoia a paralisação.

Nesta segunda-feira, primeiro dia da greve, o balanço da Polícia Rodoviária Federal era de que foram obstruídas cinco rodovias totalmente e outras 22 tiveram obstrução parcial, em 11 Estados.

No Palácio do Planalto, a ordem é para acompanhar o movimento, que não pode ser desprezado pelo potencial de confusão que pode causar no país, mas a avaliação inicial é de que a adesão foi muito aquém do que se prometia.

Ainda assim, há temor de que, se o movimento chegar até o próximo fim de semana, possa crescer ao se unir a manifestações pelo impeachment de Dilma marcadas para o próximo domingo. O governo mantém o monitoramento pelas redes sociais.

Líder de grevistas diz que primeiro dia foi melhor que o esperado

Um dos líderes da CNT (Comando Nacional dos Transportes), movimento que lidera protestos dos caminhoneiros pelo país, Ivar Schmidt, disse que o primeiro dia de manifestação foi melhor que o esperado já que o movimento previa paralisações em 12 estados e eles ocorreram em 14.

- Alguns pontos de bloqueio nós nem tínhamos ciência de que ocorreriam – disse Schmidt que não sabia avaliar quantos caminhoneiros aderiram ao movimento. 

Ivar Schmidt afirmou que espera que o movimento ganhe mais adesões a partir desta terça­feira (10), mas diz que ele só vai continuar se tiver apoio da população em sua pauta principal, que é a retirada da presidente Dilma Rousseff do governo.

Fonte: Folha de São Paulo.



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