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Suinocultura paranaense avança no mercado internacional

As exportações de suínos pelo Paraná finalmente embalaram, após uma longa sequência de resultados ruins. Os negócios com o mercado internacional cresceram 63% em valores em abril de 2019, comparado com o período equivalente do ano anterior (ver tabela). Problemas com a peste suína no plantel da China, maior produtor da proteína no mundo, obrigaram o país asiático a sacrificar milhares de animais. Esse é o principal fator que pesou nessa balança de oferta e demanda global. E a boa notícia aos suinocultores paranaenses é que nos próximos meses o cenário deve seguir positivo à cadeia produtiva estadual.

A situação do país asiático deve demorar para voltar ao normal, segundo Luiz Eliezer Ferreira, economista do Departamento Técnico e Econômico (DTE) da FAEP. “Não é possível ainda dimensionar o tamanho dessas perdas na China. Mas eles devem levar um tempo para repor todo esse plantel. Então, abre-se uma oportunidade para o Brasil”, revela. “Ainda no mercado internacional, as perspectivas são bastante positivas. Temos um aumento muito forte das exportações de carne suína e há perspectiva de habilitação de novas plantas rigoríficas para vender proteína animal à China e outros países da Ásia”, completa.

Reny Gerardi, presidente da Comissão Técnica de Suinocultura da FAEP, considera o cenário vivido pela suinocultura atualmente como animador. “Nossa produção deve ter mercado praticamente garantido. No dia a dia, temos sentido isso, o produtor independente está sendo bem remunerado, o preço reagiu, a procura por carne é grande e a exportação aumentou bastante, comparados com o ano passado. O preço começou a reagir a partir de abril e hoje temos uma variação acumulada de até 35%. Custos de produção também caíram um pouco, pois o preço da soja e do milho está em patamares no qual o produtor pode pagar”, detalha.

O diretor-executivo da Cooperativa Frimesa, de Matelândia, no Oeste do Paraná, Elias Zydek, reforça a onda positiva para a suinocultura no mercado mundial, mas com ressalvas para o consumo interno. “Além dessa expansão do mercado provocada pela China, há previsão de que o custo de produção vá cair a partir desse ano em função da maior oferta de milho e soja, que tendem a se estabilizar” pontua. “Mas sempre lembramos que o que subiu de preços foi o mercado externo. O interno ainda tem uma demanda reprimida devido ao baixo poder aquisitivo brasileiro. Não significa que todo derivado de suíno vá subir 20% ou 30%. No mercado interno, estima-se que o teto seja em torno de 10%, principalmente nos derivados, porque o poder de compra depende de voltar a termos empregos”, esmiúça.

Suíno e milho

Um dos pontos que merecem destaque nessa onda positiva à suinocultura está na relação de troca suíno/milho. “Hoje, o produtor tem conseguido comprar mais quilos de milho com um quilo de carne suína. Ou seja, há 12 meses, o produtor trocava um quilo de suíno vivo por cinco quilos de milho. Hoje, essa relação está em um quilo de suíno vivo para 8,5 quilos do cereal, alta de mais de 50%. Temos um cenário positivo tanto em termos de custo quanto de variação do quilo do suíno”, explica.

Em maio de 2018, o preço do suíno atingiu o menor patamar dos últimos 12 meses, com o valor de R$ 2,98 o quilo do animal vivo, de acordo com informações do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab). Em abril de 2019, a cotação chegou ao maior patamar mensal dos últimos tempos, com R$ 3,75 o quilo. No dia 27 de maio, por exemplo, o valor bateu R$ 4,30 em algumas praças, como Maringá, no Noroeste do Estado.

Já o preço do milho seguiu uma trajetória oposta na evolução de preços. Conforme o Deral, em maio de 2018 a saca de 60 quilos atingiu R$ 32,01, seu pico nos últimos 12 meses. Já no mês de abril de 2019, a cotação chegou ao menor patamar do mesmo período, com a marca de R$ 26,89.

Leia a matéria completa no Boletim Informativo.

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Fonte: Sistema FAEP



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