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SOJA EM CHICAGO TEM LEVES ALTAS NESTA 3ª E TESTA RECUPERAÇÃO; FOCO AINDA NO CLIMA E FINANCEIRO

O mercado internacional da soja, na sessão desta terça-feira (5), se comporta de forma técnica e testa uma recuperação depois  das expressivas baixas registradas ontem. Com o movimento chamado de "turnaround tuesday" (reviravolta da terça-feira), as cotações subiam pouco mais de 6 pontos entre os principais contratos, com o vencimento maio/16 valendo US$ 8,66 por bushel. 
O ano começa com os traders muito atentos aos movimentos do mercado financeiro, principalmente na China – que iniciou 2016 perdendo 7% nos principais índices acionários – e também ao clima na América do Sul. E o primeiro impacto veio com as chuvas – ainda limitadas – que voltaram ao Mato Grosso nos últimos dias e pesaram sobre as cotações. O cenário climático, no entanto, ainda exige cautela dos produtores. 
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Soja: Com pressão do dólar e das poucas chuvas no Brasil, mercado fecha no vermelho em Chicago
O mercado internacional da soja fechou o pregão desta segunda-feira (4) com baixas de dois dígitos na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa operaram durante todo o tempo em campo negativo e foram intensificando suas perdas no final da sessão, levando as cotações de volta à casa dos US$ 8,50 por bushel no caso dos vencimentos março e maio/16, enquanto o janeiro e o julho/16 perderam o patamar dos US$ 8,70. 
Segundo analistas internacionais, os principais fatores de baixa foram a melhora das condições climáticas no Brasil, a despencada das bolsas chinesas e alta do dólar frente ao real e demais moedas internacionais. Somente frente à divisa brasileira, o ganho foi de quase 3% nesta segunda. A baixa do petróleo, que até chegou a testar alguma recuperação no início dos negócios, também pesou. 
O cenário motivou, portanto, uma intensa venda de posições e movimento de realização de lucros que resultou nas quedas de um segundo pregão negativo consecutivo, ainda de acordo com os analistas. 
China e Dólar
As bolsas da China encerraram o dia perdendo mais de 7% e, pela primeira vez, travaram as operações no país. O fraco desempenho da atividade industrial do país em dezembro em um ritmo ainda mais acelerado do que o de novembro foi o principal motivador do recuo, porém, as preocupações com a saúde da economia local também são consideradas. 
"Se a China está ruim, os países que dependem da China vão no mesmo barco", resumiu o gerente de câmbio da Treviso, Reginaldo Galhardo em entrevista à agência de notícias Reuters.
A notícia vinda da Ásia aliada aos preços pressionados do petróleo acentuaram a aversão ao risco por parte dos investidores que, mais uma vez, provocaram uma fuga de ativos mais arriscados, como as commodities em geral, e buscando os mais seguros, como o dólar, por exemplo. 
No Brasil, o movimento fez com que o dólar voltasse a superar os R$ 4,00 já no início dos negócios da primeira sessão de 2016. E no país, o andamento da moeda foi ainda intensificado pelas tensões políticas, as quais acabam se agravando diante do recesso do Congresso. 
Clima no Brasil
"A soja recua pelo segundo pregão seguido com menor preocupação com clima no Brasil", disseram os analistas da Agrinvest Commodities. A opinião foi compartilhada pelo analista internacional Bryce Knorr, do site Farm Futures. 
É fato que as chuvas chegaram à algumas importantes regiões produtoras, principalmente de Mato Grosso e de estados do Nordeste, no entanto, ainda não de forma definitiva, bem distribuída e com elevados acumulados. O cenário, portanto, segue exigindo a atenção dos produtores locais, porém, já perdem peso nas negociações internacionais.
Em algumas áreas de MT foram registradas perdas de até 100% da área, além de trabalhos de replantio feitos por duas ou três vezes e também perdidos. E para a segunda quinzena de janeiro, de acordo com as últimas previsões climáticas, as precipitações voltam a ficar escassas no estado e trazer ainda mais cautela ao setor produtivo. 
USDA – Embarques semanais acima do esperado
Ao mesmo tempo, algumas notícias positivas do lado da demanda. Os embarques semanais de soja em grão dos EUA ficaram acima das expectativas do mercado e deram alguma sustentação aos preços. No acumulado do ano comercial, porém, o volume está abaixo do registrado no mesmo período da temporada anterior. 
Na semana encerrada em 31 de dezembro, os EUA embarcaram 1.510,834 milhão de toneladas de soja, volume acima do esperado pelo mercado – de 1,03 milhão a 1,28 milhão de toneladas e abaixo do registrado na semana anterior, de 1.492,684 milhão. No acumulado do ano comercial, os embarques da commodity já são de 27.670,823 milhões de toneladas, um total que fica aquém do registrado no mesmo período do ano anterior de 30.833,852 milhões.  
Mercado Interno
Neste quadro, mais um dia de falta de direção para as cotações da soja no Brasil. No interior do país, os preços mantiveram sua estabilidade. Em algumas praças mato-grossenses como Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, valores abaixo dos R$ 60,00 por saca, enquanto em Não-Me-Toque/RS a saca ainda é negociada em R$ 72,00 e em Cascavel/PR a R$ 68,00. 
Já nos portos, os preços foram favorecidos pela forte alta do dólar e, em Rio Grande, voltaram ao patamar dos R$ 80,00 por saca. A soja disponível fechou o dia com R$ 83,00, enquanto a da nova safra encerrou com R$ 80,00. Já em Paranaguá, o produto da temporada 2015/16, entrega maio/16, ficou com R$ 77,00 por saca. 
Entretanto, o novo ano começa como terminou o antigo: com os negócios ainda parados. Muitas vendas antecipadas foram realizadas para a safra 2015/16 e agora, diante de severas adversidades climáticas, os produtores, principalmente os de Mato Grosso e da região Nordeste, temem não cumprir seus contratos por conta das perdas. 
"Por enquanto, os preços no mercado interno estão maiores que os de um ano atrás, mas em dólar, estão bem menores", informou o Cepea nesta segunda-feira. "As poucas chuvas em várias regiões do Cerrado brasileiro entre final de novembro e dezembro, no entanto, causam preocupação", completou o alerta da instituição.
E essas boas oportunidades que foram trazidas pelo dólar durante todo 2015 resultaram em um volume recorde de exportações pelo Brasil no último ano e registraram um expressivo aumento em relação aos números de 2014. 
Nos doze meses de 2015, o Brasil exportou 54,32 milhões de toneladas, contra 45,6 milhões de t em 2014, de acordo com dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) nesta segunda-feira.
Entretanto, apesar do maior patamar da moeda americana, os valores mais baixos sendo praticados em Chicago comprometeram a receita com as vendas brasileiras de soja. Em 2015, o saldo obtido com as exportações foi 13,43% abaixo do valor registrado em 2014. No acumulado do ano o faturamento foi de US$ 20,1 bilhões, contra US$ 23,2 bilhões no ano anterior.
Fonte: Notícias Agrícolas

Fonte: Canal do Produtor



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