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SOJA: APÓS SESSÕES DE ALTA E DE ROMPER OS US$ 9, CHICAGO VOLTA A OPERAR COM ESTABILIDADE

O mercado da soja na Bolsa de Chicago registra uma sessão de volatilidade nesta quinta-feira (22). Ao longo do dia, as cotações chegaram a registrar suas máximas em uma semana, operando com ganhos de mais de 7 pontos, levando o contrato novembro/15, referência para a safra americana, a US$ 9,13 por bushel no ponto mais alto do dia.  
Segundo explicam os analistas, as cotações ainda trabalham com um intervalo estreito no cenário internacional e, depois de alcançarem alguns patamares importantes e mais elevados do que nas últimas semanas, voltaram a passar por um rápido movimento de realização de lucros. 
Assim, por volta de 12h30 (horário de Brasília), o novembro valia US$ 9,06 por bushel, com leve alta de pouco mais de 1 ponto, enquanto os contrato mais distantes perdiam de 1 a 1,2 pontos, levando o maio/16, referência para a safra brasileira, a US$ 9,13, após bater na máxima de US$ 9,20 nesta quinta. 
No Brasil, porém, novo dia de poucos negócios e movimentação mais lenta das cotações. Ao mesmo tempo que a CBOT passou para o lado negativo da tabela, há ainda um novo recuo do dólar tirando a força dos preços no mercado nacional. 
Com o dólar perdendo cercade 0,04% e cotado a R$ 3,941 nesta quinta-feira, a soja disponível no porto de Rio Grande tinha R$ 87,50 por saca, com alta de 1,74% em relação ao fechamento desta quarta-feira (21), enquanto o produto disponível vinha cotado a R$ 85,00, estável. 
Bolsa de Chicago
Análises gráficas indicam bem este quadro. Como explicou o especialista Antônio Domiciano, da SmartQuant Fundos de Investimento, esse mercado trabalha, desdes meados de agosto, de forma lateral, e buscando definir uma tendência mais clara. Para isso, no entanto, não precisa só romper algumas barreiras, mas consolidar-se acima ou abaixo dos patamares indicados. 
"O preço precisa ficar acima dos US$ 9,30 para tentar dar alegria para os comprados, acima deste nível tenta subir para os US$ 9,60. Se perder os US$ 8,68 desce para os US$ 8,50 e, a partir dai, pode desencadear novas baixas, de longo prazo tenta buscar os US$ 8,00", explica Domiciano.   
Paralelamente, entre os fundamentos, a demanda parece ganhar a maior parte da atenção dos traders. Os compradores se voltaram novamente à soja norte-americana, o que tem promovido uma boa aceleração dos embarques de grãos locais, mesmo diante de vendas para exportação ainda registrando números mais tímidos do que os de 2014. 
Na semana que terminou em 15 de outubro, os EUA venderam 2.032,4 milhões de toneladas, sendo 2.030,8 milhões da safra 2015/16, com a China adquirindo a maior parte do total, e mais 1,6 mil da safra 2016/17. As expectativas dos traders, porém, variavam de 1,2 milhão a 1,8 milhão de toneladas. Na semana anterior, foram reportadas as vendas de 1.476,8 milhão de toneladas da temporada atual. Os números são do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportados no boletim semanal desta quinta. 
Com os números desse reporte, o acumulado de vendas de soja pelos EUA da safra 2015/16 já chega a 25.590,6 milhões de toneladas, número que ainda se mostra abaixo do registrado no mesmo período do ano passado. Entretanto, os embarques começaram a ganhar ritmo nas últimas semanas e já superam o total registrado no mesmo intervalo do ano comercial 2014/15. 
"O produtor americano não está querendo vender, não está formando lotes, por isso não uma oferta de produtos. O que podemos notar é que os negócios futuros estão muito lentos para a soja americana, e os embarques americanos estão muito rápidos, ou seja, o que foi negociado está sendo embarcado rapidamente, mas não estão conseguindo levantar várias ofertas", explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. 
E o movimento é justificado ainda, como explicou o consultor, pelos baixos preços que não remuneram o produtor norte-americano, que nem ao menos cobrem os custos de produção. 
"A situação se complica muito com essas cotações, então, por isso seguram a oferta. E acredito que essa fase de mercado barato e extremamente comprador – dá para ver que a China tem comprado agressivamente, seja passageira e logo ele vai reverter (o andamento das cotações) para números que voltem a estimular o produtor (norte-americano a plantar uma nova safra", diz Brandalizze. 
Além disso, O USDA anunciou, também hoje, uma nova venda de soja para destinos não revelados. Do total, foram 463 mil toneladas, sendo 420 mil da safra 2015/16 e mais 43 mil da 2016/17. Nesta semana, o USDA já anunciou vendas de 370 mil toneladas de soja para a China e mais de 40 mil toneladas de óleo, sendo 20 mil para a nação asiáticas e a outra metade para destinos desconhecidos. 
Ao mesmo tempo, o mercado internacional da soja não pode evitar a pressão sazonal da colheita da nova safra dos Estados Unidos que registra, neste ano de 2015, o melhor ritmo de avanço da história. Até o último domingo (18), 77% da área já havia sido colhida, índice que ficou acima de 2014 e da média dos últimos cinco anos. 
Complementando o quadro para os preços em Chicago, há ainda a nova safra da América do Sul. No Brasil, o plantio já foi iniciado e o estado mais adiantado é o Paraná, que conta com favoráveis condições climáticas. Por outro lado, os estados do centro-Oeste e Nordeste do país sofrem com a falta de chuvas e esperam a chegada de algumas precipitações previstas para a próximas semana e início de novembro para darem continuidade a seus trabalhos de campo.  
Fonte: Notícias Agrícolas

Fonte: Canal do Produtor



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