A nova plataforma adotada pelo governo de Minas Gerais para a realização do CAR (Cadastro Ambiental Rural), que entrou em funcionamento no dia 22 de setembro, tem permitido com que um maior volume de registros sejam concretizados. Segundo dados do IEF (Instituto Estadual de Florestas), até o dia 27 passado, 52,2% dos 550 mil imóveis rurais já haviam concluído o processo do CAR. O cadastro é necessário para todos os imóveis rurais, sejam unidades produtivas ou não, e deve ser feito até 5 de maio de 2016.
De acordo com o gerente de Gestão de Reserva Legal do IEF (Instituto Estadual de Florestas), Gustavo Luiz Godoi de Faria Fernandes, a decisão de utilizar a plataforma federal, que permite o cadastro off-line e o envio posterior das informações, foi acertada. “Não estamos registrando problemas que impeçam a utilização do programa para o preenchimento do CAR, como na plataforma anterior. Tanto o cadastro como a transmissão estão em pleno funcionamento. Somente na terceira semana de novembro, devido a problemas dos servidores, as atividades foram prejudicadas mas já foi solucionado”, explica.
Ainda segundo Fernandes, a média diária de cadastro na nova plataforma atual está maior. Enquanto no sistema antigo a média ficava próxima a 500 cadastros por dia, com o novo sistema o número está girando em torno de 600.
Os dados do IEF mostram que dos 550 mil imóveis rurais presentes no Estado, 287,1 mil foram cadastrados até 27 de novembro, representando 52,2%. Em relação à área, Minas Gerais tem um total de 55 milhões de hectares, desse espaço 33 milhões de hectares são rurais e precisam ser cadastrados. Até o momento, 57% da área de cadastro obrigatório tiveram o CAR finalizado.
Para Fernandes, o desafio de cadastrar 100% das propriedades é grande e várias ações vêm sendo desenvolvidas em Minas Gerais para auxiliar os proprietários e estimular as inscrições no CAR. Uma delas foi a criação de uma força-tarefa envolvendo várias entidades ligadas ao setor agropecuário como o Sisema (Sistema Estadual do Meio Ambiente), a Seapa (Secretaria de Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais), a FAEMG, a Fetaemg (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais), a Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais), a AMM (Associação Mineira dos Município), a Ocemg (Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais) e a Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado de Minas Gerais).
Capacitação
“A força-tarefa tem como objetivo difundir as informações sobre o cadastro e capacitar pessoas para auxiliar os produtores. Fizemos um encontro onde foram definidas ações para estimular o cadastro. Dentre elas está, por exemplo, o CAR itinerante, onde levantamos as áreas onde o índice de cadastro é baixo. Enviamos uma equipe, que pode ser das parceiras, em uma data predefinida para realizar as inscrições”, explicou Fernandes.
A coordenadora de Meio Ambiente da FAEMG, Ana Paula Mello, acredita que a nova plataforma tem facilitado as inscrições no CAR. “A plataforma anterior era problemática, já a atual apresenta problemas pontuais, mas que não impedem de efetuar o CAR. Com o novo sistema e o ingresso de outras entidades, as inscrições estão com ritmo mais acelerado”, explicou.
Ainda segundo Ana Paula, a Faemg tem atuado junto aos sindicatos e proprietários rurais para que o CAR seja feito. “Estamos fazendo mutirões para capacitar e orientar o maior número de pessoas possíveis”.
A indicação da representante da Faemg é que os proprietários não deixem para fazer o CAR na última hora. Quem tiver dúvidas deve procurar informações nos sindicatos rurais, que também estão aptos a indicar as empresas selecionadas pelo INAES.
“Nosso apelo é para que os proprietários façam o CAR este ano. Vale lembrar que o prazo final, que pela lei atual não será novamente prorrogado, é 5 de maio de 2016. Porém, em abril, com a declaração do Imposto de Renda e a aproximação do prazo final do CAR a tendência é que os sistemas fiquem congestionados, e o proprietário pode não conseguir efetuar o cadastro dentro do prazo”, explicou.
Fonte: Diário do Comércio
Fonte: Canal do Produtor
