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SENAR-PR lança curso sobre formação de florestas em áreas de preservação

O Paraná ganhou um reforço para a formação de florestas em áreas de
preservação ambiental dentro de propriedades rurais. O SENAR-PR está
disponibilizando o curso “Restauração Florestal”, voltado especialmente para
Áreas de Preservação Permanente (APPs) e de Reserva Legal (RL). A formação, num
total de 16 horas-aula, já está disponível em todo o Estado. Como todos os
cursos do SENAR-PR, este também é gratuito e disponibiliza certificado a quem
cumprir com os requisitos do programa.

Com o novo curso, o SENAR-PR adequa o seu catálogo em relação às mais recentes exigências ambientais em propriedades rurais. A entidade já possui vários outros títulos nesse sentido, mas esse último vem ao encontro das mudanças que passaram a ser adotadas a partir do Código Florestal, em 2012. Esse instrumento legal instituiu a obrigatoriedade do chamado Cadastro Ambiental Rural (CAR).

Com base nas informações que os produtores prestaram aos órgãos
competentes, as propriedades que foram identificadas com pendências ambientais
precisaram aderir ao chamado Programa de Regularização Ambiental (PRA). E é
aqui que entra o curso de recomposição de florestas, já que é preciso, em
vários casos, recuperar margens de rios e outros corpos d’água, topos de morro,
áreas declivosas, além das reservas legais para cumprir a legislação.

Segundo a superintendente do SENAR-PR, Débora Grimm, a nova capacitação
tem contribuição direta aos produtores rurais, em especial no que diz respeito
às normas para as reservas ambientais dentro da porteira. “A legislação
ambiental tem uma série de exigências na recuperação e manutenção de áreas de
preservação. Nosso objetivo é, por meio do curso, dar todo o suporte necessário
para que esses requisitos sejam cumpridos, para que o produtor esteja seguro de
que está fazendo a coisa certa e o meio ambiente seja preservado”, aponta.

Neder Corso, técnico do Departamento Técnico (Detec) do Sistema
FAEP/SENAR-PR, explica que é comum a visão, inicialmente precipitada, de que
basta isolar uma área e deixá-la sem atividades que a natureza se encarrega do
trabalho. Mas o novo curso demonstra que se forem usadas técnicas específicas
para a recomposição da vegetação nativa, é possível acelerar a consolidação de
matas. “Entre as principais estratégias ensinadas no curso estão ações como
plantio de mudas florestais, considerando a sucessão das espécies (pioneiras,
secundárias e clímax), e as técnicas de nucleação, como: instalação de
poleiros, transposição da serapilheira, semeadura direta e coleta de chuva de
sementes”, enumera.

Instrutores preparados

Os 16 instrutores que vão ministrar a formação pelo Paraná estão prontos
para dar as aulas. Um deles é Emerson Massoqueto Batista, que já fazia parte do
quadro do SENAR-PR dando outros treinamentos voltados à área florestal. “O
curso traz várias técnicas de recuperação, com novos conceitos adequados em
relação às exigências dos órgãos ambientais. O que mais chama a atenção é
perceber a heterogeneidade do Estado em relação a cada região, principalmente a
ocorrência de espécies diferentes, formas específicas de recuperação e
características de clima, principalmente”, reflete Batista.

O professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Alessandro Camargo
Angelo foi o responsável em preparar os instrutores. O docente do Departamento
de Ciências Florestais é o autor do material didático do curso. Angelo já
acompanha algumas áreas em recuperação, como parte de suas investigações
científicas, há mais de 25 anos. Segundo ele, é possível ter resultados
expressivos observando técnicas específicas de manejo.

“Procuramos especificar estratégias que tenham mais eficiência, ecologicamente
falando, no sentido de ciência, ciência ecológica. Se você usa essa base de
informação, você tem a possibilidade de fazer esforços, ter um resultado
melhor. Tem muito desperdício de recursos quando a pessoa vai fazer a
recuperação sem ter determinado tipo de orientação. Dentro do conjunto do nosso
material há aspectos desde o viveiro até dados sobre tipo de solo,
profundidade, saturação do lençol freático, a sucessão das espécies, entre
outros temas. Toda essa base de conhecimento, amplo, nós tentamos sintetizar”,
revela Angelo.

Renda extra

Ainda, o professor da UFPR alerta que em alguns casos, quando a área
restaurada não se trata de uma APP, mas de reserva legal, é possível pensar em
formas de a floresta gerar uma renda extra. A araucária, por exemplo, pode, a
longo prazo, fornecer pinhões para comercialização. A própria erva- -mate é uma
planta nativa que tem fins econômicos.

“Com o passar do tempo é possível pensar em áreas assim como uma
possibilidade de gerar renda dentro da propriedade rural não apenas para fazer
a manutenção necessária, mas até mesmo para obter ganhos financeiros”, reflete.

Serviço

O curso “Restauração Florestal”, outros na área florestal e mais centenas de capacitações do SENAR-PR, todas gratuitas e com certificado, estão disponíveis para inscrições aqui.

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Fonte: Sistema FAEP



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