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MINAS TERÁ R$ 1 BI PARA PRÉ-CUSTEIO

Os produtores de Minas Gerais já podem acessar junto ao Banco do Brasil os recursos da linha de pré-custeio. A instituição bancária disponibilizará cerca de R$ 1 bilhão para o Estado, dos R$ 10 bilhões disponíveis para o País. A linha é avaliada como positiva para o setor, uma vez que dará oportunidade para que produtor planeje a compra de insumos para a safra 2016/17 de forma antecipada. O valor é 22% superior ao liberado na última edição, que foi na safra 2014/15.

De acordo com superintendente estadual do Banco do Brasil, Reinaldo Kazufumi Yokoyama, os recursos podem ser acessados e a expectativa é positiva em relação à demanda. “A linha do pré-custeio tem o propósito de assegurar ao produtor condições de planejar a atividade que ele implantará no campo, principalmente das culturas de milho e soja, que têm ciclo menor. A safra 2016/17, que será semeada somente em setembro, poderá ser planejada a partir de agora”.

Com o crédito disponível, a expectativa é que as empresas que comercializam os insumos voltados para o setor consigam oferecer condições e preços melhores para os clientes. O produtor também terá condições de avaliar o melhor momento do mercado para investir na compra de insumos.

Outra vantagem do crédito antecipado é a possibilidade de aproveitar o frete em algumas regiões, já que o valor será liberado durante o transporte da safra de grãos. Com isso, é possível evitar que o caminhão volte vazio dos portos para as áreas produtivas, gerando economia de custo com o transporte.

Câmbio

“Com o crédito, a questão do dólar poderá ser trabalhada, já que uma boa parte dos nossos insumos é vinculada à questão cambial, então, terá a oportunidade de acompanhar o dólar e fechar negócio em momento oportuno. Para o fornecedor de matéria-prima, na prática, significa que a empresa receberá o valor da venda à vista, fugindo da necessidade de financiamento, e, com isso, poderá negociar descontos com os clientes”, explicou Yokoyama.

Ainda segundo o executivo do Banco do Brasil, os recursos da linha serão destinados ao médio e grande produtores. A linha de pré-custeio é voltada para as culturas de milho, soja, laranja, café, arroz, algodão e cana-de-açúcar.

“Acreditamos que no Estado, a maior procura será pelos produtores de milho e soja em função do curto período da cultura. Para o café, que é a maior atividade do agronegócio estadual e tem ciclo de 12 meses, a demanda deve ser menor, uma vez que os produtores recorrem mais ao crédito da linha de custeio tradicional”, observou.

Os recursos estão disponíveis por meio do Pronamp (Programa Nacional de Apoio aos Médios Produtores Rurais) com taxas de 7,75% ao ano, até o teto de R$ 710 mil. Os demais produtores rurais acessam o crédito com encargos de 8,75 % ao ano, até o teto de R$ 1,2 milhão por beneficiário.

Novos recursos são essenciais ao setor 
De acordo com o superintendente de Política e Economia da Seapa (Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento), João Ricardo Albanez, a disponibilização da linha de crédito agrícola pelo Banco do Brasil é importante para o País.

“Diante de um cenário econômico preocupante, temos um setor que responde positivamente, assegurando à população alimentos em quantidade e a preços sem grandes flutuações. A liberação da linha de pré-custeio é muito importante em função da instabilidade cambial, que vem elevando os custos de produção. Com o recurso antecipado, o produtor tem a opção de fazer a aquisição dos insumos no momento mais oportuno, o que gera competitividade. Por isso, cada vez mais acredito que a solução para o País está no meio rural”, enfatizou Albanez.

Para o coordenador técnico da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais), Roberval Andrade, as negociações de insumos devem ser alavancadas com o crédito. “A linha é uma forma de criar um ambiente de negociação e permite que o produtor planeje com antecedência a compra de insumos. Vem em um momento oportuno, quando o agronegócio vem se destacando e registrando resultados positivos”.
 
FAEMG 
Segundo a coordenadora da assessoria técnica da FAEMG, Aline Veloso, o produtor precisa se planejar em relação à compra de insumos. “O crédito para pré-custeio vem para auxiliar o produtor, que precisa se planejar para a próxima safra e pensar na compra de insumos. É preciso traçar estratégias, avaliar se precisa e se é interessante acessar os valores. É importante ter o recurso, mas é fundamental estudar a melhor hora de acessar o crédito. Com a gestão mais adequada da propriedade, o produtor consegue encontrar o momento mais oportuno”, disse Aline.
 
Crise afeta demanda por crédito agrícola 
A crise econômica e a cautela em relação aos rumos do País interferiram na demanda por crédito agrícola ao longo dos primeiros seis meses da safra 2015/16. De acordo com os dados divulgados ontem pelo Banco do Brasil, os desembolsos do crédito rural recuaram 18% em Minas Gerais, somando R$ 4,3 bilhões, frente aos R$ 5,27 bilhões liberados nos primeiros seis meses da safra anterior.

Segundo o superintendente estadual do Banco do Brasil, Reinaldo Kazufumi Yokoyama, a maior cautela por parte dos produtores em relação à atual situação econômica do País travou os desembolsos na linha de investimento. Por outro lado, houve evolução na demanda pela linha de custeio.

“Se olharmos isoladamente a linha de custeio tivemos um crescimento de 12% nos desembolsos, é algo significativo e mostra que o produtor buscou mais recursos para o plantio. Observamos redução significativa na linha de investimentos, em decorrência do cenário de crise econômica, o que faz com que as pessoas evitem novos aportes”, ressaltou.

Ainda segundo Yokoyama, a queda é momentânea e a expectativa é de retomada dos investimentos, uma vez que os preços dos produtos agrícolas, em função da desvalorização cambial, estão em patamares rentáveis para os produtores que exportam.
 
Favorável
 
“O produtor com a melhoria dos ganhos vai voltar a investir. Ao longo dos últimos anos, tivemos investimentos significativos, o que faz com que o parque de máquinas presentes no campo esteja muito melhor que em anos anteriores. Essa situação permitiu que os produtores suspendessem parte dos investimentos à espera de um cenário econômico mais favorável”, avaliou.

Os dados do BB mostram que os recursos financeiros desembolsados para a linha de investimento recuaram 59% entre julho e dezembro de 2015, com a liberação de R$ 819,3 milhões, frente ao R$ 2 bilhões desembolsados em igual período do ano anterior. No mesmo período, na linha de custeio, foram R$ 3,3 bilhões concedidos aos produtores, alta de 12% frente a igual período do ano anterior. A demanda pela linha de comercialização retraiu 23%, com a liberação de R$ 180 milhões.

Fonte: Diário do Comércio

Fonte: Canal do Produtor



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