Mandioquinha

MANDIOQUINHA-SALSA PARA A INDÚSTRIA

BRS Acarijó 56. Esse é o nome da mais nova integrante da família da mandioquinha-salsa, também conhecida como batata baroa, que já conta com três cultivares desenvolvidas pela Embrapa Hortaliças (Brasília, DF) – Amarela de Senador Amaral, lançada em 1998, e BRS Rúbia 41 e BRS Catarina 64, apresentadas à cadeia produtiva em 2015. Apesar do parentesco, a quarta variedade de mandioquinha-salsa do portfólio é a primeira cultivar desenvolvida para a indústria de processamento.

A diferença, no entanto, não é restrita tão somente a essa característica. Embora tenha recebido o mesmo tratamento dispensado à BRS Rúbia 41 e à BRS Catarina 64, no contexto de tratos culturais, a BRS Acarijó 56 apresenta algumas peculiaridades. As mais visíveis dizem respeito às raízes, graúdas e ligeiramente manchadas, características que podem ser limitantes para o mercado tradicional, mas que não prejudicam a industrialização. Outro importante diferencial é relacionado ao seu maior teor de matéria seca, que confere à cultivar melhor qualidade industrial.

Na opinião do pesquisador Nuno Madeira, o “perfil industrial” do conjunto de características da cultivar vem ao encontro da demanda por novos materiais próprios para processamento sob a forma de fritas fatiadas (chips ou palha), desidratada, pré-cozida ou para preparo de sopas e cremes.

“Atualmente, cerca de 5% do volume total de mandioquinha-salsa produzido no País é destinado para a indústria, mas há um potencial para crescimento que pode chegar a 15% do total produzido. A nova cultivar BRS Acarijó 56 pode atender perfeitamente a esse nicho de mercado”, observa Madeira.

O pesquisador também chama a atenção para o elevado potencial produtivo da cultivar, superior a 50 toneladas por hectare, que representa praticamente o dobro da Amarela de Senador Amaral, ainda a mais plantada no Brasil.

“O potencial produtivo da BRS Acarijó 56 é uma grande vantagem para o produtor”, complementa o pesquisador Giovani Olegário, da Estação Experimental de Canoinhas – EECan (SC), para quem as potencialidades também convivem com certas limitações.

“A intolerância ao calor é um fator limitante ao cultivo da mandioquinha-salsa em geral e, principalmente no caso dessa nova cultivar, a recomendação é o plantio em regiões de maior altitude, onde predomina o clima mais ameno”, assinala o pesquisador, que coordenou os trabalhos de validação da BRS Acarijó 56 em Santa Catarina e no Paraná.

O desenvolvimento da cultivar também contou com a participação dos agrônomos da Embrapa Agnaldo Carvalho e Antônio Bortoletto.

Apresentação

A cultivar foi apresentada a produtores rurais presentes no I Encontro Regional de Mandioquinha-Salsa, realizado no dia 27 de março último, no município paranaense de Paulo Frontin. Promovido pela Emater-PR, o evento contou com a participação dos pesquisadores Nuno Madeira, Giovani Olegário e Antônio Bortoletto.

O lançamento oficial da BRS Acarijó 56 acontecerá em junho durante a 26ª edição da Hortitec – Feira Técnica de Horticultura, na cidade de Holambra, SP.

Fonte: EMATER



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