Picanha

GOSTOSA E SENSÍVEL

Qual o efeito da alta no preço do quilo do boi gordo na conta do churrasco de domingo? Se você gosta de picanha, saiba que a influência corresponde a 24% do aumento no valor do corte. Essa foi uma das  conclusões de estudo realizado pelo Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (Nespro), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

A pesquisa considerou os preços entre setembro de 2014 e maio de 2015 – coletados por meio dos Índices Nespro em quatro supermercados e três casas de carne de Porto Alegre – de picanha, filé mignon, lombo e carne moída de primeira e de segunda.
A picanha foi o corte mais sensível, com impacto no preço nas gôndolas em até 15 dias após a oscilação no valor do boi.

– Isso se deve, possivelmente, ao menor volume da picanha em relação ao peso total da carcaça e por ser um corte preferencial para o churrasco – diz Mayara Bitello, aluna de Agronomia que atua no grupo de pesquisa.

O segundo corte mais sensível à variação no preço do quilo do boi gordo foi o lombo (21%), seguido do filé mignon (19%) e da carne moída de primeira (16%) – nos três, a influência no preço ao consumidor só se deu na segunda quinzena, diferentemente da picanha. A transmissão do preço não foi detectada para a carne moída de segunda por ser um produto trivial, ter preço mais estável diante do consumo frequente e por ser um corte menos valorizado.

Outra constatação foi que as altas no preço do boi gordo são repassadas de forma mais intensa do que as baixas para o consumidor, principalmente nas épocas de maior procura, como em festas de fim de ano. Colaborador da pesquisa, Eduardo Antunes Dias ressalta que o estudo pôde comprovar que os produtos com maior valorização são mais suscetíveis à oscilação no preço do boi:

– Conseguiu se provar de maneira científica algo que já desconfiava no dia a dia. A ideia é, periodicamente, atualizar os índices, para obter informações mais precisas.

O estudo será um dos temas da 10ª Jornada Nespro e do 2º Simpósio Internacional de Sistemas de Produção de Bovinos de Corte, de 28 a 30 de setembro, na Capital. Em novembro, será apresentado no 24º Congresso da Associação Latino-Americana de Produção Animal, no Chile.

Fonte: Zero Hora



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