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FIBRA DE QUALIDADE

A colheita de algodão chegou a 76,4% da área total de 564,1 mil hectares na última semana em Mato Grosso, conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), divulgados na última sexta-feira (28). A expectativa é de que a produção chegue a 870 mil toneladas de pluma.

No campo, o agricultor Milton Júnior Garbúgio já considera a atual safra 2014/15 melhor que a safra anterior em relação ao preço, rendimento e qualidade do algodão. Neste ano, os investimentos em adubação foram maiores e o resultado aparece na colheita. A produtividade média até agora chega a 117 arrobas de pluma por hectare, quase dez a mais que na última safra.

Mas o que tem deixado o agricultor ainda mais animado é a qualidade da pluma, que está superior à de safras anteriores.

- É muito bom, porque o mercado quer um algodão melhor e quem tem vende mais fácil. Temos qualidade de fibra melhor, uma cor melhor e um preço melhor na hora de vender – afirma.

O produtor não foi o único a conseguir um resultado melhor nesta safra. A boa qualidade do produto que sai do campo é um dos destaques este ano, o que foi confirmado na classificação da pluma.

Em um laboratório da Cooperativa dos Cotonicultores de Campo Verde (Cooperfibra) de agricultores que plantaram ao todo 68 mil hectares de algodão, mais de dez mil amostras são analisadas todos os dias. O diretor comercial, Carlos Menegati, explica que neste ano foi observado um incremento de qualidade em comprimento de fibra, resistência e uniformidade, o que tem agradado as indústrias que compram o algodão mato-grossense.

Segundo ele, a qualidade é um resultado das boas práticas do agricultor em adubação, controle de pragas, época de plantio, variedades selecionadas, auxílio do ambiente, clima, temperatura e chuvas.

- A produtividade está boa e a qualidade excepcional – comenta.

A maior qualidade garante o um reforço nos preços. Menegati explica que os lotes melhores têm um ágio, é um pequeno valor, mas um valor significativo quando a produtividade é boa e a qualidade é boa.

Andamento da colheita

Os trabalhos no campo já se encerraram na região Noroeste do estado, que tem a menor área cultivada nesta safra (5,1 mil hectares), desde a semana retrasada. Na maior área cultivada com a fibra, a região Sudeste (235,2 mil hectares), a colheita chegou a 76,5% da área e na região Oeste, segunda maior produtora (162,2 mil hectares), as máquinas já colheram 70% da área.

Preços

Na última semana, as indicações de preços internacionais do algodão recuaram 3,6% devido a diversos fatores, mas a queda nos preços não foi sentida em Mato Grosso. Segundo dados do Imea, a paridade de exportação para julho de 2016 recuou 1,39%, queda inferior a seu contrato, graças à alta semanal do dólar.

Já para as ofertas spot – transações em que a entrega da mercadoria é imediata e o pagamento é feito à vista – o cenário é mais favorável. A arroba da pluma em Mato Grosso valorizou 1,29% nesse mesmo período das quedas externas, fechando a uma média semanal em R$ 68,12.

- Essa valorização dá-se pela maior procura das indústrias, aliada à escassez de pluma disponível de alta qualidade, uma vez que grande parte do volume já beneficiado desta safra está sendo destinado a negócios fechados anteriormente – diz o boletim semanal de algodão do Imea.

O Imea recomenda atenção aos negócios disponíveis, pois essa queda internacional de preços ainda não afetou as cotações disponíveis no Estado, mas, se ela se prolongar, nada impede que ela logo tenha reflexos no mercado interno.

Fonte: Agrodebate – G1



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