dólar-web-2016

DÓLAR TEM LEVE ALTA

O dólar operava em alta ante o real em pregão de baixa liquidez nesta segunda-feira, com as atenções voltadas para a viagem do presidente Jair Bolsonaro ao Fórum Econômico Mundial em meio ao caso de movimentações financeiras atípicas de Flávio Bolsonaro e a desaceleração no crescimento da economia chinesa.

Às 12:03, o dólar avançava 0,51 por cento, a 3,7752 reais na venda, após terminar a sessão anterior em alta de 0,22 por cento, a 3,7559 reais. O dólar futuro operava em alta de cerca de 0,55 por cento.

A sessão deve ser de baixo volume de negociações em razão do feriado do Dia de Martin Luther King nos Estados Unidos, onde os mercados permanecerão fechados.

O presidente Jair Bolsonaro embarcou no domingo rumo a Davos para participar do Fórum Econômico Mundial, acompanhado do ministro da Economia, Paulo Guedes, do ministro da Justiça, Sergio Moro, e de seu chanceler, Ernesto Araújo.

Segundo contou uma fonte à Reuters, o presidente deverá defender, em seu discurso, a agenda de reformas econômicas do governo e sinalizar a disposição do Brasil a fazer uma maior abertura comercial e desburocratização da economia.

Internamente, o mercado começa a olhar com mais cautela para a movimentação do governo com relação à reforma da Previdência. Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo no sábado, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, sinalizou que o governo deve optar por “uma transição bastante suave” na proposta de Previdência, em oposição a um “choque para a sociedade”.

“O mercado não gostou muito disso, mesmo sabendo que a reforma dos sonhos não será possível nesse momento, até pela complexidade, mas o mercado sempre fica com pé atrás com relação a essas declarações, especialmente no que diz respeito à profundidade”, avaliou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

“Se será suave, no que ela resultará? O país precisa de reformas profundas e não de reformas suaves sob pena de estar tratando de um tema de tamanha complexidade sem a importância e profundidade que o mercado espera”, afirmou.

Simultaneamente, o caso envolvendo movimentações atípicas do senador eleito e filho do presidente Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e de seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, ganha novos desdobramentos e começa a gerar incômodo entre investidores.

“Por mais que o governo tente e queira separar o efeito Flávio Bolsonaro do governo, é difícil, o mercado não trabalha com essa isenção como o governo gostaria. Por mais que o governo insista em declarar que ele não faz parte do governo, ele na realidade é filho do presidente. Não adianta querer dissimular porque o mercado vai associar sim”, afirmou.

Segundo reportagens do Jornal Nacional, da TV Globo, o Coaf identificou 48 depósitos de 2 mil reais entre junho e julho de 2017 e um pagamento de pouco mais de 1 milhão de reais de um título bancário da Caixa Econômica Federal na conta de Flávio Bolsonaro, então deputado estadual.

Em entrevista à Reuters no domingo, o vice-presidente e atual presidente em exercício, general da reserva Hamilton Mourão, avaliou que o imbróglio “não tem nada” a ver com o governo.

No exterior, o mercado observa com cautela o menor crescimento da economia chinesa, que em 2018 desacelerou para o seu nível fraco em 28 anos sob o peso do enfraquecimento da demanda doméstica e das tarifas dos Estados Unidos.

O índice do dólar ante uma cesta de moedas, apesar disso, mantinha-se próximo da máxima em suas semanas, cotado em 96,377.

O BC vendeu nesta sessão 13,4 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 9,38 bilhões de dólares do total de 13,398 bilhões de dólares que vencem em fevereiro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

Fonte: Reuters



avatar

Envie suas sugestões de reportagens, fotos e vídeos de sua região. Aqui o produtor faz parte da notícia e sua experiência prática é compartilhada.


Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.