DEPOIS DA GEADA, A CHUVA

Na região da Serra, após a ocorrência de geadas de média e alta intensidade, ocorreu elevada precipitação durante vários dias, além da presença de granizo por diversas vezes. Os danos do granizo não foram tão intensos pelo fato de normalmente haver precipitado juntamente com a chuva. Os viticultores que tiveram vinhais atingidos ainda estão um tanto desnorteados; vão se refazendo do forte impacto psicológico causado pelos danos das geadas. Uma característica marcante na ocorrência das geadas foi a descontinuidade territorial do evento, ou seja, muita alternância entre os danos em pomares próximos, até vizinhos. A extensão mais precisa dos prejuízos só será possível de ser estabelecida com o passar do tempo. As temperaturas médias e altas da semana, com muita umidade no solo e sobre as plantas, acionaram o alerta para o risco de ocorrência da principal fitopatia das videiras na região: o míldio ou mufa. Assim, ainda que as condições climáticas não sejam apropriadas, muitos produtores começaram as aplicações fitossanitárias no intuito de prevenir essa doença nos parreirais. Nos locais mais quentes com cultivares superprecoces, como a Vênus, já há frutos na fase de “grão ervilha”, demonstrando boa sanidade e carga das plantas. Na região da Campanha, as videiras estão na fase de rebrote; em alguns locais a geada atingiu principalmente as brotações novas das uvas vitiviniferas precoces (Chardonay e Pinot Noir). Prosseguem os tratamentos fitossanitários. Na região Sul, a cultura está no início da brotação; os produtores relatam queimas das primeiras brotações devido às geadas dos dias 11 e 12 de setembro, principalmente em parreirais que estavam com as brotações mais adiantadas. Na região do Planalto Médio, as perdas em decorrência das geadas estão estimadas inicialmente em torno de 30% para as videiras mais precoces, como a Bordô e a Niágara, e de 15% para as videiras mais tardias. Após a emissão das novas brotações, haverá um quadro mais claro da situação. Na região do Médio Uruguai, as parreiras estão com brotação, em pleno desenvolvimento; as geadas atingiram algumas áreas, provocando a queima e a morte de folhas e ramos, com prejuízos significativos, ainda que desuniformes e não generalizados. No Alto da Serra do Botucaraí e no Vale do Rio Pardo, ainda não é possível quantificar as perdas devido às geadas, pois as situações são bastante distintas. Os índices de danos são variáveis dependendo das variedades, e naquelas onde as brotações estavam formadas os danos são irreversíveis. Os danos foram maiores em parreirais localizados em regiões altas como na Centro-Serra e na região próxima à Soledade e Espumoso.

Fonte: Emater



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