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Cigarrinha do milho acende alerta a produtores do Paraná

A cigarrinha
do milho é um velho conhecido dos produtores de milho de Estados das regiões
mais quentes do país, como Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Mas o problema agora
também preocupa os agricultores do Paraná. A temporada 2018/19 marcou a chegada
da praga com força, sendo o primeiro ano em que causou prejuízos significativos
nas plantações paranaenses. Há relatos de até 70% de perdas em relação ao
potencial produtivo, com a colheita na faixa das 40 sacas por hectare (a média
do Paraná costuma ficar acima das 100 sacas por hectare).

Cevio
Mengarda, de Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná, dedicou 650 hectares
ao milho safrinha na última temporada. Em um dos talhões da propriedade, de
cerca de 35 hectares, perdeu 50% do potencial produtivo da plantação. “No meu
caso até que foi pouco. Teve produtores com bem mais problemas. Na média geral
acredito que eu tive cerca de 10% de quebra”, calcula. “A cigarrinha é um
problema que exige atenção, além da consciência de que não é algo só nesse ano.
É uma nova realidade que teremos que conviver”, prevê o produtor.

Com base
nisso, o Departamento Técnico Econômico (DTE) da FAEP preparou uma nota técnica
sobre o tema, disponível no site www.sistemafaep.org.br, na seção Serviços. O
documento traz um apanhado histórico sobre o problema no Brasil. Além disso,
explica o que é a cigarrinha, as razões de causar prejuízos na cultura, como a
praga age nas plantas e o mais importante: como fazer o controle (ver quadro na
página 19). “Inicialmente, nosso foco maior foi a região Oeste, onde houve
condições climáticas favoráveis na última safra e a praga estourou em alguns
locais”, alerta a engenheira agrônoma do Sistema FAEP/SENAR-PR Ana Paula
Kowalski.

A cigarrinha
é um inseto que, ao atacar o milho, transmite doenças por meio de bactérias
(moliculites). Os efeitos são percebidos nos chamados enfezamentos (pálido e
vermelho). A transmissão ocorre depois que o inseto se alimenta de uma planta
contaminada e, após um período de incubação, come outra planta. “Os problemas
costumam ocorrer com maior intensidade nos estágios iniciais de desenvolvimento
das plantas, pois a praga migra para outras lavouras nas fases de reprodução e
colheita. As temperaturas acima de 25 graus também favorecem o ciclo dessa
praga”, descreve a agrônoma.

As
características da cigarrinha tornam seu controle mais difícil que o de outras
pragas. Isso exige que haja uma ação coordenada de produtores de uma
determinada região. “Para controle da cigarrinha e dos enfezamentos não há
estratégia única e muito menos isolada. As medidas de manejo combinadas
precisam ser adotadas em âmbito regional para garantir a eficiência, pois o
inseto pode migrar por longas distâncias, além de possuir um elevado potencial
de disseminação da doença”, completa Ana Paula.

De acordo com
Heitor Richter, membro da Comissão Técnica de Cereais, Fibras e Oleaginosas da
FAEP, o tema cigarrinha vem ganhando espaço nos debates entre produtores
paranaenses. O próprio produtor teve problemas em sua lavoura nesse ano e
diversos vizinhos sofreram com danos causados pelo inseto.

“Um passo
importante é a eliminação do ‘milho tiguera’ [nascido acidentalmente com a
queda de sementes no solo]. Na minha opinião, tem que se começar a pensar até
mesmo em um pequeno vazio sanitário, se não a nível maior, pelo menos de forma
regionalizada. Acredito que é importante colocar o tema em debate, ter mais
dados na mão para tomar decisões”, sugere.

MIP Milho

Um dos pontos
mais importantes no combate a qualquer doença nas lavouras é a identificação
das pragas que atacam a cultura. Para isso, é importante que os produtores,
engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas estejam qualificados para fazer o
monitoramento das plantações. Uma forma de obter esse conhecimento, a partir da
safrinha 2019/20, será por meio do curso “Inspetor de Manejo Integrado de
Pragas (MIP) Milho”. Após o sucesso das turmas do MIP Soja, agora os produtores
do cereal também poderão contar com o curso do SENAR-PR.

O MIP é uma
importante ferramenta para tornar possível o uso das diversas formas de
estratégica de controle de insetos praga nas propriedades rurais do Paraná.
Para mais informações sobre a formação, basta procurar o sindicato rural do
município ou um dos escritórios regionais do SENAR-PR. Os endereços estão
disponíveis no site www.sistemafaep.org.br.

Embrapa fez investigação

O problema da cigarrinha no Paraná chamou a atenção de órgãos de pesquisa do país. A Embrapa Milho e Sorgo, com sede em Sete Lagoas, Minas Gerais, enviou pesquisadores para fazer um trabalho de investigação sobre a praga e as doenças causadas nas lavouras do Oeste do Estado. O resultado pode ser conferido em uma nota técnica elaborada pela entidade, também disponível para download no site www.sistemafaep.org.br na seção Serviços.

Leia mais no Boletim Informativo.

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Fonte: Sistema FAEP



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