cbot3-665x407

CHINA PREOCUPA BOLSA

Os preços da soja na Bolsa de Chicago caíram para uma mínima de seis anos e meio na segunda-feira (24), pressionados pela queda generalizadas nos mercados financeiros e de commodities em meio a temores sobre a economia da China. Milho e trigo, que acompanharam o movimento ao longo dia, conseguiram se recuperar e encerraram o pregão no terreno positivo.

A queda ocorre a 20 dias do início do plantio da soja no Brasil, que vai começar em 15 de setembro, após vazio sanitário. A soja é o principal produto do agronegócio e também motor de portos como o de Paranaguá.

Numa sessão que ficou conhecida como “Black Monday”(Segunda-feira Negra), o sell-off global começou durante a madrugada pelas bolsas asiáticas, que abriram a semana derretendo repercutindo a divulgação, na sexta-feira, de dados que mostram contração da atividade industrial na China. Xangai mergulhou 8,5%, na maior queda desde 2007. Seguindo o cenário de pânico, as bolsas europeias tiveram baixas de mais de 3% e, no mercado norte-americano, o S&P500, o Dow Jones e o Nasdaq caíram na mesma proporção. No Brasil, o Ibovespa chegou a registrar queda de 6,5% e o dólar bateu em R$ 3,57.

Nos mercados de commodities, o petróleo Brent rompeu a barreira dos US$ 45/barril pela primeira vez desde 2009, o minério de ferro atingiu limite diário de queda e outros metais como o cobre e o ouro recuaram ao menor patamar em seis anos.

- As commodities agrícolas não conseguem resistir à espiral de queda na China – disseram analistas do Commerzbank em nota a clientes.

A soja, que vinha pressionada pelo clima favorável para as lavouras nos Estados Unidos,chegou a despencar quase 35 pontos no pior momento do dia, mas acabou amenizando a queda e fechou os negócios do dia com o novembro/15 valendo US$ 8,74/bushel. Em apenas duas semanas, a oleaginosa já perdeu US$ 1,50/bushel, num mergulho de 15% desde que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) anunciou, no último dia 12, que o clima excessivamente chuvoso de julho não deve afetar negativamente a safra norte-americana.

No Brasil, a alta do dólar tem compensado parte desta desvalorização, com as indicações mantidas na caca dos R$ 70 por saca para o produto disponível no Porto de Paranaguá.

Depois de bater em US$ 3,6550/bsuhel, o novembro/15 buscou suporte na fraqueza do dólar frente a outras moedas correntes, como o euro e a libra, para se recuperar das fortes perdas iniciais, e fechou  o dia cotado a US$ 3,8050/bushel (+3,50 pontos). O novembro/15 do trigo, que chegou a romper a barreira dos US$ 5/bushel no pior momento do pregão, acompanhou o movimento de recuperação e encerrou os negócios trocando de mãos a US$ 5,08/bushel (+4 pontos).

Terça da virada?

O mercado da soja torce que a liquidação desta segunda-feira tenha sido intensa o suficiente para acionar ordens técnicas de compra que deflagrem, no pregão de amanhã,  o que os norte-americanos chamam de “Turnaround Tuesday” (terça-feira da virada, na tradução literal) — movimento comum nos mercados de commodities, em que os preços revertem, na terça-feira, a tendência do primeiro pregão da semana.

Fundamentalmente, contudo, a oleaginosa não tem muitos motivos para subir. Relatos que chegam do campo vão confirmando a expectativa de mais uma safra gigantesca nos EUA, num momento em que a demanda internacional — principalmente da China — dá sinais de arrefecimento.



avatar

Envie suas sugestões de reportagens, fotos e vídeos de sua região. Aqui o produtor faz parte da notícia e sua experiência prática é compartilhada.


Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.