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AZEITE CAPIXABA

Produtores rurais de Santa Teresa, na região Serrana do Espírito Santo, deram início ao cultivo de oliveiras e abriram para o Espírito Santo tornar-se produtor de azeite de oliva. Sob a orientação do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), 18 produtores plantaram as primeiras 6 mil mudas.

A expectativa é de que a primeira produção de azeite tenha início em 2020.

- A atividade, em caráter econômico, é pioneira no estado. Santa Teresa vai produzir o primeiro azeite  puro capixaba – comemora o extensionista do Incaper, Carlos Alberto Sangali de Mattos.

De acordo com o extensionista, uma vantagem é que a atividade oferece alta rentabilidade, mesmo sendo desempenhada em pequenas áreas. A planta começa a produzir a partir dos cinco anos e ganha estabilidade de produção em uma década, quando um hectare produz até 10 toneladas de frutos.

- Aí é só fazer as contas. Produzindo 2 mil litros de azeite por hectare, e considerando que cada litro puro seja vendido por R$ 120, o produtor consegue um torno de R$ 240 mil por hectare – calcula Sangali.

Para o chefe do departamento de Operações Técnicas (DOT) do Incaper, Agno Tadeu da Silva, a alta rentabilidade das oliveiras será de fundamental importância para o agricultor, que poderá ampliar seu leque de opções na composição da renda familiar.

- Assim, ele não ficará dependente de uma só cultura. É uma opção de aposta de nova renda – disse.

O trabalho com as oliveiras no Estado começou há 4 anos, quando o Incaper implantou uma unidade de referência no município de Santa Teresa.

Inicialmente, o experimento foi em um lote com 40 plantas contendo quatro variedades diferentes. A lavoura experimental foi monitorada durante todo este período.

- Fomos observando o desempenho das plantas, sua produção e grau de resistência a pragas e doenças. Notamos vários pontos positivos e resolvemos estimular os produtores a entrar na atividade – explica Sangali.

Além do trabalho na unidade experimental, foram feitas diversas reuniões e excursões técnicas até unidades de demonstração. O extensionista argumenta que o objetivo do instituto foi justamente mostrar aos produtores a viabilidade desta atividade.

Nesta primeira etapa de plantação, 18 produtores iniciaram o cultivo de 30 hectares, com quatro variedades de plantas. Em 2017, devem ser plantadas mais seis mil mudas em 30 hectares. Em 2018, mais 8 mil mudas passarão a ser cultivadas, totalizando 20 mil pés plantados em 100 hectares.

A expectativa é que, até o final do plantio, entre 60 e 70 produtores rurais estejam envolvidos na atividade. Segundo o Incaper, as plantas devem começar a produzir em cinco anos, e a primeira produção de   azeite  deve ser feita em 2020. Antes disso, em 2019, uma agroindústria será montada na região para processar os frutos e dar origem ao primeiro   azeite  puro genuinamente capixaba.

Clima ideal

De acordo com o chefe do Departamento de Operações Técnicas do Incaper, Agno Tadeu da Silva, Santa Teresa foi escolhida para receber as primeiras plantações devido às características climáticas do município, que são ideais para o cultivo de oliveiras.

- A planta tem uma exigência de frio, e isso foi levado em consideração para a recomendação do cultivo nessas propriedades. Esse fator propiciará trabalhar com a atividade obtendo alta rentabilidade – destaca.

O extensionista Carlos Alberto Sangali acrescenta que as regiões mais altas do estado, acima de 800 metros, estão sendo ocupadas por eucalipto ou café arábica. Por isso, a oliveira seria um aceno à diversificação.

- O custo de implantação pode até ser um pouco mais alto, mas o retorno a longo prazo compensa – aponta.

Por ser floresta, a atividade também permite que o produtor trabalhe dentro de uma lógica sustentável.

– Isso sem falar no fato de a cultura ser uma excelente alternativa para diversificar a renda – reafirma Tadeu.

Fonte: Gazeta do Povo



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