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ACORDO HISTÓRICO

Dirigentes de 26 dos 54 países da África assinaram ontem um tratado de livre comércio histórico, que abrange a metade oriental do continente e visa a facilitar a circulação de bens e mercadorias. Os países que formarão a Zona Tripartita de Livre Comércio (Tripartite Free Trade Area, TFTA), da Cidade do Cabo (África do Sul) ao Cairo (Egito), representam mais de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) do continente africano.

O mercado comum agrupará os países do Mercado Comum dos Estados da África Austral e do Leste (Comesa), da Comunidade de África do Leste (EAC) e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC). Isso equivale a mais de 625 milhões de habitantes (57% da população do continente) e representa mais de US$ 1 bilhão de PIB.O acordo também tem o objetivo de aumentar a participação da África no comércio mundial, atualmente cerca de 2%, focando no desenvolvimento da indústria nos países-membros.

O tratado foi acertado durante uma cúpula em Sharm el Sheikh, balneário egípcio às margens do Mar Vermelho. Participaram do encontro o presidente do Egito, Abdel Fatah al Sisi, o presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, o primeiro-primeiro-ministro da Etiópia, Hailemariam Desalegn, e o vice-presidente da Tanzânia, Mohamed Gharib Bilal. O pacto visa criar um quadro comum para tarifas preferenciais que facilitam a circulação de mercadorias entre os países-membros.

- O que nós estamos fazendo hoje representa uma decisão-chave na história da integração econômica da África – afirmou o presidente egípcio.

O acordo incluirá a África do Sul e o Egito, as economias mais desenvolvidas do continente, e outros países dinâmicos como Etiópia, Angola, Moçambique e Quênia. Não fará parte, no entanto, a Nigéria, país com o maior PIB da África, principalmente graças ao petróleo. Desde o fim do domínio colonial no continente, seus governantes têm discutido formas de impulsionar o comércio intraafricano.Mas a falta de infraestrutura, principalmente estradas, ferrovias e companhias aéreas, dificultaram esse processo. O continente tem tido uma taxa de crescimento econômico médio de 5% nos últimos anos.

Os especialistas apontam que apenas 12% do comércio no continente ocorre entre países africanos. Azona foibem recebida pelos lí- deres econômicos mundiais. Segundo o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, o TLC permitirá à África fazer enormes progressos.

- A África disse claramente que está aberta aos negócios – afirmou.

Os ministros do Comércio e negociadores estava reunidos na cidade egípcia desde domingo, trabalhando nos detalhes finais que incluem o gerenciamento de disputas e a proteção de pequenas empresas. Para o ministro da indústria e comércio do Egito, Mounir Fakhri Abdel Nour, o acordo é um “passo monumental” para o continente.

- Vai criar uma África unida – disse ele aos negociadores. 

- Além disso, o acordo vai promover a produção e agregar valor aos nossos recursos – completou.

O tratado ainda precisa ser ratificado pelos parlamentos nacionais, e essas aprovações serão tomadas no prazo de dois anos.Osnegociadores explicaram que quando a zona tripartida for implementada com sucesso, acabará por fazer uma fusão dos três blocos econômicos,mas os acordos bilaterais entre os países vão continuar. O comércio entre os três blocos cresceu mais de três vezes na última década, alcançando US$ 102,6 bilhões em 2014. A Zona Tripartida de Livre Comércio fornece um mecanismo para identificação, comunicação, monitora- ção e eliminação de barreiras não-tarifárias, segundo os negociadores.

Fonte: Brasil Econômico

 



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