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TEMOR DA LA NINÃ

Produtores colombianos de café, que ainda lidam com as consequências da seca do El Niño, se preparam agora para fortes chuvas do La Niña, que podem prejudicar ainda mais a safra do país, afirmou à Reuters o presidente da federação cafeeira da Colômbia nesta terça-feira.

Produtores que estão terminando a colheita de grãos encolhidos pela falta de chuva logo terão de lidar com solo excessivamente úmido e com a possível disseminação do fungo roya, que deixa as folhas com aspecto enferrujado, afirmou o executivo da federação, Roberto Velez.

Enquanto um forte fenômeno El Niño — caracterizado pelo aquecimento da superfície do oceano Pacífico que provoca calor e condições mais secas — se aproxima do desfecho, meteorologistas da Colômbia dizem que há uma chance de 76 por cento de que o fenômeno oposto, La Niña, comece no final deste ano ou no início de 2017, provocando condições mais úmidas.

O El Niño afetou cerca de metade das regiões de café da Colômbia e resultou em uma colheita de menor qualidade, disse Velez.

Embora ainda não se saiba a potencial gravidade do La Niña, as nuvens de chuva que bloqueiam os raios de sol poderiam atrasar a floração e o clima úmido poderia potencializar os efeitos “devastadores” do fungo roya, afirmou ele.

- Para produtores de café, o La Niña é mais danoso do que o El Niño-  disse. – O La Niña nos preocupa – completou.

A Colômbia há tempos se orgulha de exportar somente os grãos mais finos, mas no último ano a federação modificou os padrões de exportação para ajudar produtores a venderem grãos de menor qualidade em meio à seca.

O país produziu 14,6 milhões de sacas de 60 kg de arábica lavado ao longo dos últimos 12 meses, disse Velez, acima das 14,17 milhões de sacas produzidos em 2015, a maior colheita em 23 anos.

Fonte: Reuters



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