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Região Noroeste irá receber incentivo para irrigação

Dados da Agência Nacional de Águas (ANA) apontam que o Brasil está entre os 10 países com maior área equipada para irrigação no mundo. Apesar dessa constatação, o número de áreas irrigadas no Paraná ainda é reduzido. Em geral, o Estado não apresenta problemas críticos de deficiência hídrica. Porém, os fatores climáticos que levaram a mais de 30% de quebra da soja na safra de verão em algumas regiões foram motivo de preocupação entre os produtores rurais.

No município de Paranavaí, na região Noroeste, lideranças e agricultores, que também sofreram com perdas nas lavouras da oleaginosa, desenvolveram uma proposta de incentivo à irrigação. O material foi apresentado ao vice-governador, Darci Piana, e ao secretário de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, durante a ExpoParanavaí, realizada no mês de março. A iniciativa conta com o apoio do governo estadual, que organizou uma equipe técnica na Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab) para avançar com o projeto.

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Paranavaí e vice-presidente da FAEP, Ivo Pierin Júnior, o projeto voltado para a região Noroeste irá contribuir significativamente para a melhoria da produção agropecuária. “Nosso clima é favorável, mas temos muitos problemas com os veranicos [período de estiagem acompanhado por calor intenso em estação chuvosa]. Neste ano, a seca atingiu todo o Estado, mas nessa região é mais frequente. Nós temos condições de melhorar a produção e a irrigação será um avanço muito importante”, observa.

Uma das determinações já garantidas ao projeto é a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos materiais e equipamentos para irrigação. Porém, o objetivo é buscar ainda mais suporte e incentivo à produção irrigada, como, por exemplo, linhas de crédito especial. “Queremos aplicar tecnologias e preparar técnicos especializados para oferecer assistência aos produtores”, reforça Pierin.

Para dar continuidade ao projeto, os produtores paranavaienses apontaram o município paulista de Paranapanema como exemplo, devido aos resultados de destaque com a agricultura irrigada e, ainda, por terem se consolidado como a segunda maior região irrigada do país. Desta forma, uma visita técnica foi realizada em uma cooperativa local, a Holambra II, para coletar informações e levantar dados sobre o sistema de irrigação adotado (leia mais no quadro na próxima página).

Potencial produtivo

Algumas propriedades em Paranavaí já estão fazendo uso da irrigação e a expectativa é que o apoio do governo estadual traga benefícios para a produção agropecuária da região. “As propriedades que implantaram a irrigação estão em fase ex perimental, as áreas ainda não estão totalmente adequadas. Quando o solo estiver corrigido e mais preparado, com certeza essa produtividade irá aumentar”, aponta Pierin.

A irrigação irá beneficiar, principalmente, a produção de mandioca e laranja, duas culturas que se destacam em Paranavaí e frequentemente enfrentam problemas da falta de chuvas. “O plantio da mandioca, muitas vezes, acaba sendo atrasado por conta da seca. Isso atrasa a colheita, o que faz parar as indústrias e gera um prejuízo para todo o setor”, explica o diretor do Centro Tecnológico da Mandioca (CETEM), Claodemir Grolli, que também esteve presente na visita a Paranapanema.

Segundo Grolli, a laranja e a soja também passam por momentos críticos devido à estiagem que atinge a região. “Vamos abrir as possibilidades para outras culturas. É uma tecnologia complementar que iremos usar conforme as possibilidades para aumentar e diversificar a produção”, observa. “Tivemos uma propriedade em Amaporã [município da região Noroeste próximo a Paranavaí] com um volume muito satisfatório de produção de soja irrigada, cerca de 67 sacas por hectare”, complementa Pierin.

Além das lavouras, a irrigação irá contribuir para a melhoria de pastagens, ampliando a capacidade de lotação. Os benefícios também aparecem no valor da propriedade rural, podendo haver um aumento de até 30%. “É um investimento alto, que gira em torno dos R$ 10 mil por hectare só em equipamentos”, relata Grolli.

Leia a matéria completa no Boletim Informativo.

 

 

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Fonte: Sistema FAEP



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