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PROJEÇÕES PARA O AGRONEGÍCIO

Projeções para o Agronegócios

O trabalho de projeções procura indicar direções do desenvolvimento e fornecer subsídios aos formuladores de políticas públicas e informar as principais tendências e produtos do agronegócio. As tendências indicadas permitirão identificar trajetórias possíveis, bem como estruturar visões de futuro do agronegócio no contexto mundial para que o país continue crescendo e conquistando novos mercados.

O ano de 2019 é considerado como de bons resultados para a produção agropecuária e também em faturamento para o setor. Não se tem ainda os resultados definitivos da safra deste ano. Mas os resultados obtidos até então indicam a segunda maior safra de grãos do país, estimada pela CONAB em 236,7 milhões de toneladas (dados maio 2019).

O valor bruto da produção (VBP) tomado como indicador de faturamento, é de R$ 600,9 bilhões, abaixo apenas do obtido em 2017, que foi de R$ 604,2 bilhões. O valor estimado para este ano é o segundo maior numa série iniciada em 1989.

Há um certo grau de incerteza no mercado internacional devido ao conflito entre Estados Unidos e China, devido à imposição de tarifas de importação por parte de ambos os países. Não se sabe até quando essa situação pode permanecer e não se tem uma avaliação completa dos seus impactos.

O período das projeções abrange 2018/19 a 2028/29. Em geral, o período que constitui a base das projeções abrange 25 anos. Os produtos abrangidos foram: milho, milho de segunda, safra, soja, trigo, laranja, suco de laranja, carne de frango, carne bovina, carne suína, cana-de-açúcar, açúcar, algodão, farelo de soja, óleo de soja, leite in natura, feijão, arroz, batata inglesa, mandioca, fumo, café, cacau, uva, maçã, banana, manga, melão, mamão, papel e celulose.

As projeções apresentadas são nacionais, onde o número de produtos estudados é abrangente, e regionais, onde o número de produtos analisados é restrito e tem interesse específico.

PRINCIPAIS RESULTADOS

Os produtos mais dinâmicos do agronegócio brasileiro deverão ser carne suína, soja em grão, algodão em pluma, celulose, milho, carne de frango, leite e açúcar. Entre as frutas os destaques são para a manga, uva e maçã. O mercado interno e a demanda internacional serão os principais fatores de crescimento para a maior parte desses produtos. São os que indicam também o maior potencial de crescimento da produção nos próximos dez anos.

A produção de grãos deverá passar de 236,7 milhões de toneladas em 2018/19 para 300 milhões de toneladas em 2028/29. Isso indica um acréscimo de 63 milhões de toneladas à produção atual do Brasil. Em valores relativos, representa um acréscimo de 27,0%, ou uma taxa anual de crescimento de 2,4%. A área de grãos deve expandir-se dos atuais 62,8 milhões de hectares para 72,4 milhões de hectares em 2028/29.

Esse avanço, entretanto, exigirá um esforço de crescimento que deve consistir em infraestrutura, investimento em pesquisa e financiamento. Tais previsões são compatíveis com a expansão da produção de grãos, onde a produção cresceu 58,0% nos últimos dez (10) anos. Milho de segunda safra, soja e trigo devem continuar puxando o crescimento de grãos.

A produção de carnes (bovina, suína e aves) entre 2018/19 e 2028/29, deverá aumentar em 7,0 milhões de toneladas. Representa um acréscimo de 27,3%. As carnes de suínos e de frango, são as que devem apresentar maior crescimento nos próximos anos: carne suína, 28,2%, frango, 28,6%. A produção de carne bovina deve crescer 24,6% entre o ano base e o final das projeções.

As estimativas realizadas são de que a área total plantada com lavouras deve passar de 75,4 milhões de hectares em 2018/19 para 85,7 milhões em 2028/29. Um acréscimo de 10,3 milhões de hectares. Essa expansão está concentrada em soja, mais 9,5 milhões de hectares, cana-de-açúcar, mais 1,6 milhão, e milho, 1,2 milhão de hectares. Totalizam as três 12,3 milhões de hectares adicionais. Algumas lavouras, como mandioca, café, arroz, laranja e feijão, devem perder área, mas a redução será compensada por ganhos de produtividade.

A expansão de área de soja e cana-de-açúcar deverá ocorrer pela incorporação de áreas novas, áreas de pastagens naturais e também pela substituição de outras lavouras que deverão ceder área. A área de milho deve expandir-se sobre áreas liberadas pela soja, no sistema de plantio direto.

O mercado interno juntamente com as exportações e os ganhos de produtividade, deverão ser os principais fatores de crescimento na próxima década. Em 2028/29, 35,5% da produção de soja devem ser destinados ao mercado interno, no milho, 65,3%, e no café, 49,2% da produção devem ser consumidos internamente. Haverá, assim, uma dupla pressão sobre o aumento da produção nacional, devida ao crescimento do mercado interno e das exportações do país.

Nas carnes, também haverá forte pressão do mercado interno. Do aumento previsto na produção de carne de frango, 69,2% da produção de 2028/29 serão destinados ao mercado interno; da carne bovina produzida, 70,7% deverão ir ao mercado interno, e na carne suína 81,5%. Deste modo, embora o Brasil seja, em geral, um grande exportador para vários desses produtos, o consumo interno será predominante.

Entre os grandes produtores, Mato Grosso deve continuar liderando a expansão da produção de milho e soja no país com aumentos previstos na produção de 35,4% e soja, 43,1% respectivamente. Mas a soja deve apresentar forte expansão em estados do Norte, especialmente, Tocantins, Rondônia e Pará. Nestes 3 estados deverá ocorrer forte crescimento da produção de soja durante o período das projeções. No Pará, a produção de soja deve aumentar 51,3%, em Rondônia, 55,9% e em Tocantins, 57,78%. Contribuem para isso, a atração que a cultura apresenta e a abertura de novos modais de transporte nos próximos anos.

A região denominada MATOPIBA, deverá apresentar aumento elevado da produção de grãos assim como sua área deve apresentar também aumento expressivo. As projeções indicam que essa região deverá produzir cerca de 28,7 milhões de toneladas de grãos em 2028/29) numa área plantada de grãos de 8,8 milhões de hectares ao final do período das projeções.

Fonte: Mapa



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