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PREÇOS DO FEIJÃO DEVEM MANTER ALTA ATÉ ABRIL

Um conjunto de fundamentos do mercado deve fazer com que o feijão aperte o bolso do consumidor brasileiro pelo menos até abril, quando os grãos da segunda safra começam a ser colhidos.Por se tratar de um item básico entre as famílias, a cultura também tem impacto direto na inflação. Só em janeiro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 1,27%, a maior taxa mensal desde 2003. Na composição do indicador, o grupo alimentação viu suas despesas subirem 12,9% em 12 meses. Além disso, pesquisadores do Instituto de Economia Agrícola (IEA) informam que, em São Paulo, o feijão subiu 6,88% em janeiro em relação a dezembro de 2015.
No ano passado o governo diminuiu o preço mínimo do feijão. Esse foi o primeiro sinal de que a comercialização seria complicada e o produtor recuou , lembra o consultor da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Feijão, Marcelo Eduardo Lüders.
No planejamento da safra, o grão da primeira temporada de plantio também perdeu espaço para a soja, que possui mais resistência climática e maior liquidez comercial. O engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Carlos Alberto Salvador, conta que a primeira safra de feijão teve redução média de 6% na área plantada do estado, que é o maior produtor nacional da cultura. Para completar o cenário, o fenômeno El Niño gerou quebra na produção paranaense por excesso de chuvas e em outros estados produtores, como Minas Gerais, por escassez.
Tínhamos a expectativa de colher 334 mil toneladas e vamos chegar a 294 mil, uma retração de 9% sobre o resultado de 2015 , avalia Salvador. Com 85% das lavouras colhidas, o agrônomo diz que os preços do produto chegaram a subir 26% no varejo do Paraná. Ao produtor, o preço do grão tipo 1 em cores fechou o mês em R$ 171,48 por saca de 60 kg, alta de 19,77% contra o mesmo mês de 2015.
O valor é largamente superior aos custos de produção da segunda safra, registrados em R$ 71,40 por hectare. Mesmo assim, é possível que a cultura perca espaço novamente, mas desta vez para o milho que, assim como a soja, é mais resistente a intempéries climáticas.
Na avaliação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção total de 2015/ 2016 deve chegar a 3,85 milhões de toneladas, porém, para Lüders, que também é analista da corretora Correpar, este número não chegará a 3 milhões. O feijão carioca coloca o mercado em um beco sem saída, ele só é produzido e consumido aqui. O preto poderia vir da Argentina ou China, mas há impostos que dificultam as importações , diz.
Fonte: DCI

Fonte: Canal do Produtor



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