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PREÇOS DAS COMMODITIES

Os preços das commodities agropecuárias continuam em patamares superiores aos de 2015, favorecidos pela desvalorização cambial e por condições climáticas desfavoráveis. Durante maio de 2016, o preço médio do milho foi o que apresentou maior alta percentual, alta de 107,1% em comparação com maio de 2015, seguido pelo preço médio do açúcar (48,0%), laranja pera (39,7%), algodão em pluma (28,8%), soja (29,7%) e pelo café arábica (9,11%).

Com relação às commodities pecuárias, o preço do quilo do frango congelado subiu 10,2% e a arroba de boi gordo 4,41%. Na comparação com o Abr/16, o preço da soja subiu 10,7%; algodão +5,3%; milho 5,2%; laranja pera 1,0% e o frango congelado 1,0%. O café arábica recuou -1,36% e boi gordo -1,91%. O preço do açúcar apresentou uma leve queda de 0,4%.

Açúcar
Apesar da leve retração em maio, o preço açúcar tende a voltar a subir em junho devido às chuvas na região sudeste que atrapalharam a colheita. Os preços do açúcar tendem a se manter em alta em 2016, devido a uma baixa oferta internacional do adoçante combinado com um aumento na demanda global.

A queda na produção e nos estoques internacionais se deve principalmente ao clima desfavorável relacionado ao fenômeno climático “El Niño” e a uma queda nos investimentos em grande parte dos países produtores, devido aos baixos preços internacionais nos anos anteriores.

Algodão
Os preços do algodão perderam força de alta em maio em comparação aos meses anteriores, devido ao ritmo de comercialização mais lento, pressionado pela baixa demanda nas indústrias, com compras de volumes de necessidade imediata e um enfraquecimento nas exportações em comparação com abril, queda de 32,4% em valor e 32,9% em volume.

Contudo, os preços do algodão podem voltar a subir nos próximos meses, pressionados por uma queda na oferta nos Estados Unidos, com excesso de chuvas no Texas e no Mississipi, levando a inundações nas lavouras. A queda na produção americana, além de trazer uma alta nos preços internacionais da pluma, também devem favorecer as exportações brasileiras.

Boi gordo
O preço da arroba de boi gordo voltou a subir no final de maio favorecido pelas chuvas, o que trouxe uma melhora na pastagem durante o período da estiagem. A oferta restrita de boi gordo tem sido o principal “driver” para os preços elevados esse ano, uma vez que a demanda interna tem se mantido enfraquecida pela recessão econômica no Brasil.

A demanda externa, por sua vez, tem sido um fator favorável para a carne brasileira frente a um consumo crescente na Ásia e aos preços mais competitivos no Brasil em comparação com a Austrália e Estados Unidos.

Café arábica
Os preços do café voltaram a se recuperar na primeira semana de junho favorecido pelas chuvas na região sudeste do país, atrapalhando a colheita do grão. A alta nos preços, contudo foi prejudicada pelo BRL valorizado em comparação com o USD. A oferta de café no Brasil tende a ser superior à do ano passado, podendo crescer 25,6% esse ano, segundo estimativa da Conab.

O aumento na produção, contudo, não devem conter a alta nos preços, uma vez que, além da taxa de câmbio tender a se manter desvalorizado e as exportações se manterem favoráveis esse ano, a baixa produção nas últimas duas safras consecutivas manteve os estoques em baixa. Além disso, a queda na produção de Conilon esperado para esse ano também deve vir a favorecer o consumo do arábica, aumentando a participação nos blends.

Frango
Com um excesso de produção e uma demanda interna enfraquecida devido à queda no poder de compra da população, os produtores de aves estão encontrando dificuldades em aumentar os preços apesar dos custos elevados, principalmente com a alta nos preços do milho. Os preços do milho dobraram em comparação com o ano passado, sendo um dos principais insumos para a produção de ração animal.

Devido à alta nos custos de produção, produtores devem reduzir a quantidade de animais alojados, pressionando negativamente a oferta. A redução na quantidade de animais prontos para o abate deve levar os supermercados e açougues a aceitar pagar mais, até mesmo pela alta margem que esses trabalham.

Laranja
Os preços da laranja estão em patamares elevados pressionados pelos baixos estoques de passagem de suco de laranja nas indústrias paulistas devido a uma retração na oferta de frutas pela saída de muitos produtores frente a cinco safras assumindo prejuízos e também pelos altos custos de manejo frente à influência de doenças como o greening.

Os preços da laranja devam se manter em alta pelo menos pelas próximas duas safras, uma vez que os fatores que estão impulsionando os preços podem ser considerados estruturais. Apesar de uma oferta de laranja restrita, a entrada no mercado de novos produtores não deve ocorrer “da noite para o dia”, uma vez que para entrar no mercado existe um tempo de crescimento da planta e são necessários altos níveis de investimento para garantir um manejo sustentável.

Milho
A colheita da segunda safra de milho já iniciou nas principais regiões produtoras, e mantém clima de incerteza devido à estiagem durante o período de maturação dos grãos. Os preços do milho estão subindo devido à oferta restrita no Brasil, com uma primeira safra inferior à do ano passado.

Dessa forma, caso a segunda safra venha a apresentar uma produtividade reduzida, a oferta doméstica de milho poderá se manter baixa durante todo o ano, garantindo que os preços também continuem elevados. Apesar da possibilidade de importação do cereal, esses ainda permanecem insignificantes frente à demanda, impactando muito pouco nos preços.

Soja
Os preços da soja dispararam pelo segundo mês consecutivo, favorecido pela baixa oferta nacional e internacional. O excesso de chuvas na Argentina ocasionou em uma quebra na safra no maior país produtor de farelo de soja.

A Argentina é um importante competidor frente à soja brasileira, dessa forma, uma queda na produção no país tende a favorecer as exportações brasileiras pelo grão.

Em maio, as exportações de soja cresceram em 6,1% em volume, a um total de 9,91 milhões de toneladas, segundos dados do Secex/MDIC. Apesar da melhora no volume, o valor em dólar se manteve praticamente estável pressionado pela queda nos preços médios das exportações. No acumulado de janeiro a maio, contudo, o valor exportado de soja cresceu 23,7%.

Fonte: Globo Rural



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