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PEGADA HÍDRICA: INDICADOR PARA USO RACIONAL DA ÁGUA NA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA EVITA DESPERDÍCIOS

Brasília (07/06/2016) – A gestão de recursos hídricos na propriedade rural é indispensável para que a falta de água não se torne uma ameaça ao desempenho e sanidade da produção agropecuária. A pegada hídrica é um indicador que pode colaborar para evitar o desperdício da água, permitindo o cálculo, desde a quantidade do líquido consumida na produção do alimento dado ao animal, até a utilizada em toda a cadeia produtiva. Para falar sobre o assunto, o zootecnista e pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, Julio César Palhares, apresentou a palestra “Manejo hídrico na produção animal”, para os assessores técnicos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e das Federações de Agricultura e Pecuária dos estados, na última sexta-feira, 03/06.

Na ocasião, Julio Palhares explicou que, para produzir carne e leite dentro dos parâmetros ambientais, é preciso adotar práticas e tecnologias que garantam uma produção mais sustentável. “Muitas propriedades não têm controle significativo da água captada e consumida. Conhecer o valor da pegada hídrica evita o uso excessivo e melhora a gestão dos recursos”, afirmou Julio. Para o pesquisador, conhecer o sistema de produção é fundamental, pois o valor da pegada altera de acordo com o local do sistema, tipo de animal, da composição e origem dos alimentos fornecidos.

O cálculo da pegada considera o uso da água verde (a que vem da chuva e que as plantas absorvem e evapotranspiram), a azul (água de rios, reservatórios e subterrâneos) e a cinza (água necessária para diluir os efluentes). Dentre as atividades agropecuárias, a que mais demanda água disponível (azul) é a agricultura irrigada, enquanto a pecuária se abastece de água verde.

Para reduzir o valor da pegada hídrica, algumas práticas são recomendadas como a adequação da dieta animal, melhoramento genético de animais e pastagens, irrigação noturna, captação de água da chuva, reuso e preservação de rios e nascentes, instalação de hidrômetros e evaporímetro de Piche, que mede a evaporação da água, o que assegura mais informação para a gestão dos recursos. De acordo com Palhares, é necessário que o conhecimento sobre o assunto chegue aos produtores rurais para estimular o uso eficiente da água na criação de gado. “A metodologia da pegada é dividida em quatro fases: primeiro são estabelecidos os objetivos e escopo, depois é feito o cálculo, a avaliação da sustentabilidade e proposição de ações de melhoria”, concluiu Julio.

Estudo de caso – O consultor em sustentabilidade e recursos hídricos da CNA, Albano Henrique Araújo, apresentou o estudo de caso realizado em parceria pela CNA, Embrapa e a Embaixada Britânica, no município de Unaí, em Minas Gerais. No caso do estudo apresentado, adotou-se o método da World Footprint Network- WFN como base científica de quantificação do uso da água em qualidade e quantidade. Unaí possui 8 mil hectômetros cúbicos (hm³) de água verde disponível e os animais consomem, em média, 1.500 hm³, menos de 25%. De acordo com Albano a produção animal consumiu aproximadamente 3% da água disponível (azul), enquanto a demanda, com base no cálculo da Agência Nacional de águas (ANA) é de 3,4% e a pegada hídrica, 2,8%.

“A presença de chuvas concentradas em alguns meses do ano, principalmente em fevereiro, garante uma condição hídrica confortável na região. Porém nos meses de estiagem a fragilidade hídrica é maior e isso indica a utilização de práticas de manejos e tecnologias que conservem a água em quantidade e qualidade e disponibilidade”, finalizou Albano.

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Fonte: Canal do Produtor



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