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MERCADO DE PICOS

Os agricultores gaúchos até o dia 02 de dezembro comercializaram 18% da safra potencial de soja de 16,1 milhões de toneladas contra 34% de contratos futuros fechados no mesmo período da temporada anterior. De acordo com o analista da Safras & Mercado, Luis Fernando Gutierrez Roque, no passado o sojicultor aproveitou os momentos de alta, inclusive com preços recordes.

- O produtor vendeu a soja disponível com boa rentabilidade, ficando mais capitalizado antes do plantio. Como negociou em preços altos, aguarda o retorno desses valores e, por enquanto, espera preços mais elevados – analisa o especialista em mercado da soja.

E o cenário é de preços maiores na Bolsa de Chicago, devido a demanda mais forte no mercado externo, o que já foi percebido na safra norte-americana. Conforme Luis Fernando, as atenções agora estão voltadas para as safras brasileira e argentina – o risco climático de La Niña provoca incerteza e contribui para Chicago ter algum suporte, afinal não é certo que esses dois países terão produções cheias.

- Não confirmando as perdas significantes na safra, Chicago pode voltar a trabalhar abaixo de US$10/bushel, mas aparentemente tem fôlego para manter acima de US$10/bushel, com perdas menores – avalia.

Além da demanda, outro fator determinante para a cotação do grão é o dólar. Uma análise muito delicada de fazer diante de toda a incerteza em volta do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e da economia brasileira.

- A tendência é um dólar um pouco mais fraco para o próximo ano, mas difícil prever quando deve cair. No primeiro semestre, se trabalha na faixa de R$ 3,10 – prevê.

O estoque mundial deve se manter praticamente estável, com leve crescimento, devido a recuperação natural da demanda e melhorando o consumo de subprodutos da oleaginosa, principalmente do maior comprador mundial, a China. Em 30 de novembro o estoque era de 77 milhões de toneladas na temporada que está acabando e já somando a última safra norte-americana. Para o ano que vem o volume mundial deve atingir 81,5 milhões de toneladas.

- Vai ser um ano com momentos de alta e o agricultor deve ficar atento para aproveitar esses períodos para vendar a produção – analisa Luis Fernando.



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