LAVOURA OU JARDIM?

Quem passa pela região produtora de grãos do Rio Grande do Sul durante a safra de inverno se encanta com a beleza do campo. O verde do trigo e da cevada, o azul da linhaça, o amarelo do girassol e, especialmente, as flores amareladas da canola em fase de florescimento são um colírio para os olhos. Cabe até a pergunta: é lavoura ou jardim?

Realmente a paisagem da cultura de canola é um show a parte na colorida safra de inverno. Além da beleza, os grãos produzidos no Brasil possuem em torno de 24% a 27% de proteína e de 34% a 40% de óleo.  Conforme a Embrapa, o óleo de canola é um dos mais saudáveis, por causa da elevada quantidade de Ômega-3 (reduz triglicerídios e controla arteriosclerose), vitamina E (antioxidante que reduz radicais livres), gorduras mono-insaturadas (reduzem LDL) e o menor teor de gordura saturada (controle do colesterol) de todos os óleos vegetais. Médicos e nutricionistas indicam o óleo de canola como o de melhor composição de ácidos graxos para as pessoas interessadas em dietas saudáveis. O farelo de canola possui 34% a 38% de proteínas, sendo um excelente suplemento proteico na formulação de rações para bovinos, suínos, ovinos e aves.

A questão técnica para o produtor também é bem interessante. Pesquisadores da Embrapa Trigo de Passo Fundo/RS consideram a canola uma das melhores alternativas para diversificação de culturas de inverno e geração de renda pela produção de grãos, no Sul do Brasil.

- O cultivo de canola reduz a ocorrência de doenças, contribuindo para que o trigo semeado no inverno subseqüente produza mais e tenha melhor qualidade e menor custo de produção – avaliam os pesquisadores.

No noroeste gaúcho, no município de Quinze de Novembro, o agricultor Nelson Braatz cultivou uma pequena área da lavoura para testar a cultura como alternativa ao trigo no próximo ano.

- O potencial é para produzir entre 40 e 45 sacas/ha e a comercialização é garantida – destaca.

O engenheiro agrônomo da Löser Cereais, Gerson Schiavo, coordena os testes na área experimental. Os colaboradores da empresa não cansam de visitar a bela lavoura e admirar a paisagem (foto).

- A canola é bonita e interessante economicamente. O preço acompanha a soja e tem empresa interessada no grão para a produção de biodiesel e óleo – reitera o agrônomo.

Canola na história 

A canola (Brassica napus L. e Brassica rapa L.) planta da família das crucíferas (como o repolho e as couves), pertence ao gênero Brassica. Canola é um termo genérico internacional, não uma marca registrada industrial – como antes de 1986 -, cuja descrição oficial é “…um óleo que deve conter menos de 2% de ácido erúcico e cada grama de componente sólido da semente seco ao ar deve apresentar o máximo de 30 micromoles de glucosinolatos ” (Canola Council of Canada, 1999).

No Brasil cultiva-se apenas canola de primavera, da espécie Brassica napus L. var. oleifera, que foi desenvolvida por melhoramento genético convencional de colza.

As pesquisas e o cultivo de canola iniciaram, em 1974, no Rio Grande do Sul, e nos anos 80, no Paraná. Em 2000, a doença canela-preta, causada por um fungo, começou a ocasionar prejuízos em lavouras gaúchas.

O cultivo comercial de canola em Goiás teve início no ano de 2004, em razão dos rendimentos de grãos de 2.100 e 2.400 kg/ha obtidos nos testes realizados, em 2003, em cinco municípios. No sudoeste de Goiás, a cultura constitui alternativa para diversificação e geração de renda no período de segunda safra, também chamada “safrinha”.

Fonte: Embrapa

 



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