AgroExport

FIM DO MÉDIO PRODUTOR DE LEITE

O mercado de gado leiteiro do Brasil mudou muito a partir dos cruzamentos com a criação do Girolando (cruzamento das raças Gir e Holandês) – principal raça leiteira de Minas Gerais e a que mais cresce no País. Essa percepção é do CEO e presidente da AgroExport de Uberaga/MG, Silvio de Castro Cunha Junior. Conforme ele, no Rio Grande do Sul , o Holandês é a raça mais indicada, devido a alta produção, e deve originar novos cruzamentos para vender animais diferenciados para São Paulo e outros estados do Centro do País.

Indiscutivelmente a Operação Leite Compensado do Ministério Público Gaúcho que identificou fraudes na adulteração do leite com adição de água e até soda cáustica, feitas pelos transportadores, manchou a imagem do leite.

- Foi muito ruim para o nome do leite – uma publicidade muito negativa – ressalta o presidente da AgroExport.

Outro entrave do setor é a lei trabalhista. Segundo ele, apenas o pequeno produtor, que utiliza mão de obra familiar e o grande produtor, que tem boa estrutura, continuarão na atividade.

- Hoje não tem espaço para o médio produtor que depende de mão de obra terceirizada, porque essa lei trabalhista é muito complicada de ser cumprida, ela foi pensada para a indústria – avalia.

O presidente da AgroExport aposta que o Brasil caminha para grandes projetos leiteiros.

- Acredito muito em suplementação a pasto, acho que é o fim da linha para o boi magro, a vaca de 1.000 kg também está em fim de carreira, porque buscamos uma vaca de 500 kg a 600 kg, que desmame um bezerro com 40% do peso dela – explica.

A AgroExport comercializa e exporta animais vivos, sêmen, embriões e equipamentos para agroindústrias e ganhou em competitividade com o dólar na faixa de R$ 3, mas a empresa foi diretamente atingida com a crise na Venezuela, um dos principais destinos dos animais vendidos pela AgroExport. Em 2014 exportou 180 mil cabeças de boi gordo e, neste ano, a projeção baixou para 30 mil cabeças. Já o gado de elite para cria deve manter os mesmos números do ano passado, quando foram vendidos 15 mil animais.

- O gado brasileiro ainda não é muito conhecido, temos muito o que evoluir em ações de marketing, afinal temos o maior rebanho comercial do mundo – finaliza.



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