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EMBARQUES DE AÇÚCAR

A escala de navios para carregar açúcar nos portos brasileiros está 40 por cento maior no ano passado, despertando preocupações no mercado sobre a capacidade dos terminais para movimentar grandes volumes em um momento de pico das exportações de soja.

A quantidade de açúcar que será carregada nos portos brasileiros nas próximas semanas deve atingir 1,62 milhão de toneladas, 42 por cento a mais que no mesmo período de 2015, de acordo com a agência marítima Williams.

No porto de Santos, maior polo exportador de açúcar do mundo, os navios devem carregar 1,32 milhão de toneladas de açúcar nos próximos dias, 96 por cento a mais do que o visto neste período no ano passado.

Enquanto isso, as exportações de soja atingiram um recorde mensal histórico de 10 milhões de toneladas em abril, com ritmo semelhante sendo embarcado nas primeiras semanas de maio.

Dados da Williams mostram que seis navios devem carregar soja nos terminais de açúcar da Copersucar e Rumo, nos próximos dias, ante apenas dois navios neste mesmo período do ano passado.

- A limitada capacidade de escoamento da produção via terminais de Santos e Paranaguá, que estão comprometidos com substancial volume para a safra de grãos, pode afetar os prêmios do açúcar para embarque por aqueles portos – disse o analista de açúcar da Archer Consulting, Arnaldo Corrêa.

Corrêa disse que os contratos futuros podem subir quando os consumidores virem que os portos do Brasil podem ter problemas para embarcar o açúcar, citando a situação vista em 2010, quando os navios tiveram que esperar até 30 dias para serem carregados devido ao congestionamento e chuvas.

- Devemos ter uma exportação maior este ano, dado a expectativa de uma produção 4,5 milhões de toneladas maior para o centro-sul – disse o chefe de açúcar e etanol da INTL FCStone, Bruno Lima.

- Olhando historicamente, este é um volume que já exportamos, ou seja, há capacidade instalada. Porém, ao adicionarmos a safra de grãos na equação, podemos, sim, ver alguns gargalos – ele disse.

A FCStone diz que os diferenciais de exportações de açúcar não mudaram muito ultimamente, sendo cotados a um desconto de cerca de 20 pontos ante os contratos futuros do açúcar bruto em Nova York.

Ele disse, no entanto, que o desconto não aumentou nas últimas sessões, mesmo com a alta dos contratos futuros.

O centro-sul, principal cinturão produtor de açúcar do Brasil, deve produzir cerca de 35 milhões de toneladas de açúcar esse ano, ante 31 milhões de toneladas na temporada passada, com as usinas colhendo uma safra de cana recorde e aumentando a quantidade de cana destinada à produção de açúcar, que está pagando melhor que o etanol.

Fonte: Reuters



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