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DÓLAR

Após três quedas consecutivas, o dólar voltou a terminar em alta e perto do patamar de 3,65 reais nesta quinta-feira, influenciado pela cena doméstica com a greve dos caminhoneiros prejudicando o abastecimento do país, e com a cena externa voltando a ficar mais tensa.

O dólar avançou 0,64 por cento, a 3,6483 reais na venda, depois de recuar 3,06 por cento nas últimas três sessões. Na máxima do pregão, chegou a 3,6571 reais.

O dólar futuro tinha elevação de cerca de 0,50 por cento.

“Até que se saiba o impacto da paralisação (dos caminhoneiros) na economia e nas contas públicas, o mercado fica mais cauteloso”, afirmou o diretor da mesa de câmbio da corretora Multimoney, Durval Correa.

A paralisação dos caminhoneiros entrou no quarto dia, com bloqueios em estradas de todo país que provocaram desabastecimento de produtos e interrupção de produção de alguns setores, apesar de a Petrobras ter anunciado na véspera redução de 10 por cento dos preços do diesel nas refinarias por 15 dias.

“Há preocupação sobre mudança de rumo da Petrobras, se houve interferência do governo. O mercado não gosta dessa ingerência”, acrescentou Correa.

A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), no entanto, afirmou que os protestos contra a alta do diesel e a carga tributária do combustível continuarão até que a isenção da alíquota PIS/Cofins sobre o produto, aprovada na véspera pela Câmara dos Deputados, seja publicada no Diário Oficial.

O presidente da entidade, José da Fonseca Lopes, esteve na Casa Civil nesta tarde, mas deixou o encontro antes de seu término. Ele argumentou que a entidade vai manter a paralisação até que o Senado aprove a redução da carga tributária sobre o diesel. Outras entidades de transporte participantes no encontro, no entanto, resolveram aceitar o pedido de “voto de confiança” do governo e vão suspender a paralisação.

“O governo ainda deve cumprir a meta de déficit primário neste ano, mas isso pode criar uma sinalização ruim, sugerindo que o governo é vulnerável a diferentes grupos de interesses, o que pode criar ainda mais responsabilidades fiscais neste ano”, comentou o economista de um banco nacional.

A ação mais pesada do Banco Central no mercado de câmbio ajudava a conter o movimento de alta do dólar frente ao real. Nesta manhã, o BC já vendeu o volume integral de até 15 mil novos swaps cambiais, equivalentes à venda futura de dólares, totalizando 4,25 bilhões de dólares desde a semana passada, quando vendia por dia até 5 mil contratos.

A autoridade também vendeu integralmente a oferta de até 4.225 swaps tradicionais para rolagem do vencimento de junho, no total de 5,650 bilhões de dólares. Com isso, já rolou 5,016 bilhões de dólares. Se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, terá rolado integralmente os contratos que vencem no mês que vem.

No exterior, o dólar caía ante uma cesta de moedas, voltando a operar abaixo de 94 pontos, mas subia ante a maioria das divisas de emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

Havia um pouco mais de cautela com o cenário geopolítico após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter cancelado encontro com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, marcado para 12 de junho.

O dólar disparava ante a lira turca, uma vez que o aumento de juros pelo banco central do país, que aliviou a pressão na véspera, tinha sua eficácia sendo colocada em dúvida. Os investidores estavam preocupados se o aumento dos juros a 16,5 por cento foi suficiente para acalmar os ânimos.

Fonte: Reuters



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