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DOENÇA PREJUDICA VENDA DE BANANA DO ESPÍRITO SANTO NO PAÍS

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento anunciou que vai anular, ainda em 2016, a Instrução Normativa que reconhece o Espírito Santo como área livre da Sigatoka Negra, que é a principal doença da bananeira. O fungo foi encontrado em 2015 e no início deste ano em propriedades rurais de São Mateus, Pinheiros e Linhares.
Na prática, a revogação impede ou dificulta a comercialização da banana capixaba com os demais estados onde não há registro da doença. Segundo estimativa do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), 80% da banana produzida no Espírito Santo (276 mil toneladas por ano) é vendida para outras regiões do país.
Desde 2006, o Espírito Santo é reconhecido como área livre do fungo, o que garantia maior valorização ao produto local.
A partir de agora, os entraves envolvendo legislação sanitária devem deixar o produto capixaba menos competitivo, apesar do chefe da área de pesquisa do Incaper, José Aires Ventur, dizer que não há motivo para alarde.
“A banana não vai acabar. Temos estratégias de manejo, desenvolvidas ao longo dos anos, para enfrentar a doença”, tranquiliza.
O fungo é disseminado principalmente pelo vento e por embalagens, sendo considerada a mais grave doença da bananeira.
As propriedades localizadas dentro de um raio de distância 70 quilômetros do local de contaminação também são considerados focos de risco.
Segundo José Aires, o desenvolvimento de cultivares (plantas modificadas geneticamente) resistentes a pragas é uma das estratégias do Incaper para manter as plantações de banana livres de doenças como a Sigatoka, que já se alastrou por outros 16 estados.
Pelo menos duas espécies do subgrupo Prata (Vitória e Japira) já estão sendo plantadas nas propriedades do estado. Em Alfredo Chaves, por exemplo, as variedades imunes à doença já ocupam boa parte da área de 3 mil hectares plantados.
Em Iconha e Rio Novo também já tem uma quantidade considerável dessas novas variedades, mas, considerando o tamanho da área plantada, “ainda falta muito”, completa Ventur.
No Espírito Santo, 80% da área é cultivada com bananeiras do subgrupo Prata. Além dessa espécie, o fungo atinge variedades como a banana da Terra e a Nanica.
De acordo com Adriana Kister, chefe do Departamento de Defesa Sanitária e Inspeção Vegetal do Idaf, o impedimento de comercializar com outros estados não tem relação com a saúde humana, mas com o risco de a doença passar de uma região para a outra.
Presente em 90% dos municípios capixabas, a bananicultura ocupa uma área cultivada de aproximadamente 23 mil hectares, sendo a fruteira de maior importância social no Espírito Santo.
Ao todo, a produção envolve 17 mil propriedades rurais – predominantemente familiares -, gerando cerca de 30 mil empregos.
Órgãos prometem ações para diminuir prejuízo
Para evitar a disseminação da Sigatoka Negra e minimizar os efeitos da doença na economia local, a Seag e o Idaf prometem intensificar o cadastramento dos produtores para que eles realizem ações de “mitigação de risco”.
Para fazer o transporte da banana, por exemplo, passa a ser obrigatório o uso de caixas de madeira novas ou feitas com material plástico higienizado, visto que o fungo pode ser veiculado por meio desses objetos.
As bananas também devem estar despencadas e sem a presença de folhas. Além disso, é exigido que toda lavoura tenha acompanhamento técnico e que o comércio ocorra somente com certificação fitossanitária. O Idaf também vai intensificar a fiscalização dos produtos que chegam às Centrais de Abastecimento (Ceasa-ES).
Fonte: G1

Fonte: Canal do Produtor



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