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DE OLHO NAS COTAÇÕES

Enquanto produtores de milho comemoram o preço recorde da saca no mercado internacional, sojicultores começaram o ano apreensivos: nos primeiros três meses de 2016 o valor médio do bushel na bolsa de Chicago ficou abaixo de US$ 9. Projetar o comportamento do mercado não é tarefa fácil, mas analistas de mercado apostam em uma possível valorização do grão nos próximos meses.

Estudo desenvolvido pelo professor de economia David Ubilava, da Universidade de Sydney, na Austrália, aponta uma forte correlação entre anomalias climáticas e os preços das commodities. Em anos de La Niña, a oscilação de preço tende a ser maior que em anos afetados pelo El Niño ou os considerados neutros.

– Os Estados Unidos, um dos principais players mundiais, têm mais chances de registrar secas nos anos do La Niña que durante o período do El Niño, o que pode limitar o suprimento de alimentos e elevar os preços – cita Ubilava.

A hipótese é confirmada por especialistas que acompanham o setor. Analista sênior de commodities da empresa britânica BMI Research, Aurelia Britsch afirma que os maiores riscos do La Niña em nível mundial serão para as culturas de soja, milho, trigo, açúcar, algodão e café.

– Um fenômeno La Niña forte pode, potencialmente, ter um impacto maior nos mercados agrícolas porque afeta a meteorologia em vários países que são produtores e exportadores importantes, principalmente Estados Unidos e Brasil – afirma Aurelia.

Com menor área plantada, a oferta americana na próxima safra deverá ser menor. Na semana passada, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA na sigla em inglês) divulgou seu primeiro boletim com projeções oficiais para a área de plantio da safra 2016/17. Para a soja, o departamento trouxe uma área a ser plantada de 33,28 milhões de hectares. O número ficou abaixo do registrado na safra 2015/16, quando foram cultivados 33,447 milhões hectares com a oleaginosa.

– A saca a US$ 9 é um referencial, não deve baixar disso. Se o La Niña afetar a produção americana, há chance de haver uma quebra na oferta e até uma alta nos preços – afirma o consultor em agronegócio Carlos Cogo.

Fonte: Zero Hora

 



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