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CONCORRÊNCIA APURADA

Pela primeira vez sem a participação de cinco grandes fabricantes de máquinas e equipamentos agrícolas, o Show Rural Coopavel deste ano não teve as tradicionais colheitadeiras expostas, além de poucas opções de tratores. A ausência das marcas John Deere, Massey Ferguson, New Holland, Case IH e Valtra abriu espaço para concorrentes atraírem a atenção dos mais de 235 mil visitantes que passaram pela feira, realizada na semana passada em Cascavel, no oeste paranaense.

Logo na entrada principal do parque, a área utilizada pela Massey Ferguson na edição passada foi ocupada neste ano pela LS Tractor, marca sul-coreana que passou a fabricar tratores de pequeno e médio porte no Brasil em 2013.

– Como fomos os últimos a chegar, ficávamos em um lugar bem escondido. Neste ano, a visibilidade não poderia ter sido melhor – diz André Rorato, diretor comercial da LS Tractor no Brasil.

Nos cinco dias do evento, o estande da empresa ficou boa parte do tempo lotado de visitantes.

– Somos novos no mercado brasileiro, comparado às empresas tradicionais. Mostramos nossa marca a muitos produtores que talvez nem a conhecessem – completou Rorato, acrescentando que as vendas da empresa neste ano superaram em 15% o volume da edição passada.

Para a Stara, fabricante gaúcha de implementos agrícolas voltados à agricultura de precisão, a não participação de empresas multinacionais também representou mais oportunidades de negócios.

– A concorrência acabou sendo menor, o efeito foi positivo – avaliou Márcio Elias Fülber, diretor comercial da empresa.

Com dois produtos lançados na feira, a empresa Pla, fabricante de pulverizadores e distribuidores de sólidos, também se beneficiou com a ausência das grandes do setor.

– Acabamos atraindo novos clientes. O mercado paranaense é estratégico para nós, assim como o gaúcho – diz Tomas Lorenzzon, gerente de marketing da Pla, com fábricas em Canoas e na Argentina.

As empresas que não participaram da feira representam cerca de 60% do mercado de máquinas agrícolas do Brasil. A decisão de não ir a Cascavel, conforme as fabricantes, deu-se em razão da tentativa da Coopavel em alterar a data do evento – para o final de fevereiro. O calendário ficaria bem próximo da Expodireto-Cotrijal, que ocorre de 7 a 11 de março. Quando a cooperativa paranaense voltou atrás, as empresas já haviam desistido de participar do evento e destinado recursos a outras feiras.

Novidades em biotecnologia

Com centenas de empresas de sementes, fertilizantes e defensivos agrícolas, além de instituições de pesquisa, o Show Rural Coopavel consolidou os espaços voltados à biotecnologia.

– A feira não é de negócios, mas de apresentação de novas tecnologias agrícolas, que ajudarão o agricultor a aumentar a produtividade – destaca Dilvo Grolli, presidente da Coopavel.

Entre os lançamentos da feira, destaque para três novas cultivares de soja precoce apresentadas pela Embrapa e para os cinco híbridos de milho desenvolvidos pela Monsanto para áreas de refúgio de tecnologia não-Bt. As sementes com a marca RefúgioMax estarão disponíveis no mercado já na próxima safra.

– A prática de refúgio é fundamental para proteger a eficácia das biotecnologias, o produtor precisa ter essa consciência – alerta Guilherme Lobato, gerente de biotecnologia de milho da Monsanto no Brasil.

A recomendação para a cultura é de que híbridos não-Bt sejam cultivados em 10% da área, em uma distância máxima de 800 metros da lavoura com a biotecnologia.

Fonte: Zero Hora



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