drone_portal

Como se proteger do coronavírus dentro da porteira?

Enquanto o restante do país para
diante do risco de uma contaminação em massa, o campo segue trabalhando e
produzindo. Junto com profissionais da saúde, segurança e outros serviços
essenciais, o meio rural é muito importante em momentos de crise em função de
produção de alimentos para população. Dessa maneira, o produtor rural, mais do
que ninguém, não pode ficar doente. Por isso, mudar alguns hábitos dentro da
porteira pode ser crucial neste momento.

De acordo com a médica veterinária
Roberta Züge, diretora administrativa do Conselho Científico Agro Sustentável
(CCAS), além da função essencial que desempenham, os agropecuaristas são mais
frágeis num contexto de pandemia. “De modo geral, os produtores dependem
do SUS [Sistema Único de Saúde] e, às vezes, estão em municípios sem estrutura
hospitalar para atender casos como esse [do coronavírus]. Outro ponto é a média
de idade dos produtores, mais alta na área rural”, afirma ao referir-se à
população mais vitimada pela nova doença: os idosos.

Independente da atividade
desempenhada, uma regra geral deve ser respeitada: evitar o contato com quem
vem de fora. Alguns setores, por natureza, são mais expostos ao contato
interpessoal que outras. Um produtor de leite, por exemplo, precisa entregar
seu produto cotidianamente, enquanto um avicultor leva, em média, 45 dias para
alojar um novo lote. O perigo sempre vem de fora e é aí que o produtor deve se
proteger.

“Se tiver alguma coisa que exige
a presença do produtor, como durante uma entrega de leite para o caminhão do
laticínio, além de manter a distância da pessoa que vem de fora, depois que ela
for embora é preciso higienizar tudo que ela trouxe e também o local onde ela
esteve”, orienta a médica veterinária. Para isso, uma solução barata,
segundo a especialista, seria o hipoclorito, usado para limpar locais e objetos
(nunca a pele), feito com uma parte de água sanitária para nove partes de água.

Porém, o ideal é que o trânsito de
pessoas de fora seja evitado o máximo. “Já existem alguns processos que
não exigem ser presencial. Já tem aplicativos que permitem isso. Aquilo em que
é imprescindível a presença física, por exemplo, uma entrega de sêmen bovino, o
ideal é tentar concentrar tudo numa compra só. Também pode eleger um local para
a entrega, em que não precisa estar presente”, sugere. “Da mesma
forma com a assistência técnica, hoje muita coisa pode ser resolvida via
aplicativo de celular”, observa a diretora do CCAS.

Dentro da porteira algumas práticas
também devem ser incorporadas. “Se existem funcionários que moram na
propriedade, orientá-los a não ficar trazendo visitas, que não saiam muito.
Também cada um tem que ter seu copo, talheres e outros utensílios pessoais. E a
roda de chimarrão tem que acabar de vez”, sentencia Roberta.

Na opinião da médica-veterinária, a
bovinocultura de leite seria um dos setores em que os produtores estariam mais
expostos ao vírus, por conta do contato mais frequente com pessoas de fora. Por
conta disso, seria necessário estabelecer protocolos de higiene pelos
laticínios para reforçar a defesa contra o vírus. “Imagine se um motorista
está doente? Vai contaminar a rota dele inteira”, adverte.

Em outros setores pecuários como a
avicultura e a suinocultura, as próprias exigências de sanidade animal, de restrição
de acesso de pessoas aos galpões, e outras práticas, já reforçam a defesa
contra o novo coronavírus. Ainda, os mesmos cuidados para com esta nova doença
são benéficos para evitar outras enfermidades.

“Estamos acostumados a ter pavor
em relação à febre aftosa, peste suína, pois sabemos a facilidade que estas
doenças têm de se espalhar e causar prejuízos. Ora, se temos uma preocupação
desta com a pecuária, temos que ter com as pessoas também”, arremata a diretora
do CCAS.

A notícia Como se proteger do coronavírus dentro da porteira? apareceu pela primeira vez em Sistema FAEP.

Fonte: Sistema FAEP



avatar

Envie suas sugestões de reportagens, fotos e vídeos de sua região. Aqui o produtor faz parte da notícia e sua experiência prática é compartilhada.


Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.