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COLHEITA DO MILHO

Os produtores do Rio Grande do Sul colheram até esta semana 14% da área de milho, estimada em 731.216 hectares pela Emater/RS – Ascar, órgão de assistência técnica e extensão rural do governo gaúcho.

Segundo os técnicos, “cerca de 16% das lavouras já estão maduros e as produtividades registradas até agora estão dentro das expectativas, com colheitas satisfatórias’.

As atenções estão voltadas para o restante das lavouras em floração e em enchimento de grãos, que perfazem 50% do total semeado nesta safra, dizem os técnicos.

“Em parte destas lavouras há indícios de que as plantas já começam a sentir, de forma mais incisiva, os efeitos da deficiência hídrica provocada pela falta de chuvas mais abundantes e regulares.”

Eles observam que ao contrário de anos anteriores, dezembro de 2017 registrou chuva abaixo do esperado em algumas zonas produtoras, atingindo lavouras em plena floração e formação da espiga, dependendo da região.

“O efeito dessa situação é refletido em espigas malformadas e grãos menores, com pouco peso. São justamente essas lavouras que deverão amadurecer e ser colhidas daqui para diante. Caso as condições meteorológicas adversas persistam, é provável que o Estado não consiga repetir os excelentes índices obtidos nos últimos anos.”

Soja

Os técnicos da Emater relatam que, no caso da soja, as chuvas ocorridas na última semana trouxeram um pequeno alento aos produtores,

“pelo menos onde ocorreram de fato, pois em muitos municípios choveu muito pouco ou mesmo nada”.

Eles observam que para as cultivares com período maior de crescimento até a floração (ciclo long0), espera-se uma retomada na evolução das plantas.

“Essa perspectiva ainda é possível para 60% das lavouras que se encontram em desenvolvimento vegetativo, mas ainda assim, dependerá da sequência de chuvas nos próximos dias ou semanas.”

Entretanto, eles salientam que no caso das plantas que se encontram em adiantado estágio de floração (30%) e em formação dos grãos (10%), “as preocupações são muito grandes pelo pequeno porte das plantas, principalmente em cultivares muito precoces, o que poderá comprometer bastante a produtividade final”.

Os relatos de campo dão conta que em áreas de solos mais declivosos ou rasos, já há lavouras com sintomas de amarelecimento das folhas e murcha de plantas em reboleiras (áreas definidas dentro de uma mesma lavoura).

 “Nas lavouras implantadas há menos tempo e que não tiveram oportunidade de um enraizamento mais profundo, já se notam falhas pela morte de plantas.”

Eles alertam que as condições meteorológicas das próximas semanas serão decisivas para obtenção de uma boa safra de soja.

“Dada a fase em que se encontra a cultura, um bom regime de chuvas durante esse período ainda é capaz de garantir plena recuperação às lavouras e produtividades aceitáveis.”

Arroz

O acompanhamento de campo da cultura do arroz constatou que o desenvolvimento vegetativo tem melhorado nos últimos dias, favorecido pelas condições climáticas, com temperatura alta e bastante luminosidade.

“Há um grande desestímulo com a atividade em virtude da queda constante do preço da saca de arroz, que tem se mantido pouco acima do custo de produção, conforme apontam os institutos de pesquisa e as empresas do setor arrozeiro.”

Os técnicos da Emater comenta que em contrapartida os preços dos insumos para a lavoura arrozeira não acompanharam essa queda das cotações do arroz, “mantendo-se estáveis e com viés de pequena alta em determinados produtos”. Em relação aos preços das semanas anteriores, nota-se uma manutenção dos valores das principais variedades comercializadas, dizem eles.

Segundo a Emater, no momento os produtores gaúchos seguem com os tratos culturais sequentes à semeadura, assim como os relativos à fase de desenvolvimento vegetativo, como controle de invasoras e pragas, aplicação de fertilizantes em cobertura e irrigação.

A estiagem que tem afetado o desenvolvimento de outras culturas, principalmente as de sequeiro, não preocupa os orizicultores no momento, segundo os técnicos.

“O bom acúmulo de água nas barragens e reservatórios, assim como a vazão da maioria dos rios têm dado segurança no quesito irrigação neste momento em que as lavouras entram em fase reprodutiva com mais intensidade.”

 

Fonte: Revista Globo Rural



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