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ABELHAS TÊM PAPEL IMPORTANTE NA PRESERVAÇÃO DA NATUREZA

Você, em determinado momento da vida, provavelmente experimentou um saboroso mel. Teve, também, aquela incômoda dor de garganta e, certamente, recorreu ao própolis para tratar dela. Mas talvez não tenha parado para refletir sobre a grande importância ambiental das responsáveis por fornecer esses produtos: as abelhas. Mais do que isso: dificilmente pensou nos profissionais que mais têm amor por esses insetos, os apicultores.
Neste domingo (22), aliás, comemorou-se o Dia do Apicultor. Mônica Grohmann é chefe da Seção de Agricultura e Abastecimento da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet) e apicultora há 32 anos. Ela afirma que poucos se lembram desta data comemorativa, justamente pela desvalorização da figura do apicultor.
“É a pessoa (o apicultor) que mais cuida das abelhas, que consequentemente preservam a natureza por meio da polinização, sem a qual não teríamos alimentos. E mesmo assim os apicultores são poucos lembrados”, lamenta. Ela aproveita a ocasião para informar o que, de fato, é o mel. “É o alimento da abelha. As abelhas vão até as flores, pegam seu néctar e o trazem de volta para a colmeia. E aí ocorre um processo químico e, conforme passa o tempo, vai ficando mais denso, tornando-se o mel, que conhecemos e também consumimos”, explica.
Mônica alerta, ainda, sobre a necessidade de haver precaução quando se compra o mel. Ressalta que não é recomendável adquiri-lo naquelas garrafas de boca estreita, geralmente vendidas em beiras de estrada, nas portas das casas ou no centro das cidades. “É bom consumir o produto quando tiver rotulagem e selo de inspeção municipal, estadual ou federal. Isso quer dizer que passou por um processo de fiscalização e manipulação adequada”, comenta.
“Caso contrário o mel pode ter sido misturado a alguma coisa de má qualidade, e aí fica difícil confiar”, acrescenta. MELIPONÁRIOS – Sorocaba conta, atualmente, com meliponários no Parque da Água Vermelha “João Câncio Pereira”, Jardim Botânico “Irmãos Villas-Bôas”, Parque Natural “Chico Mendes” e Parque Natural Municipal Corredores de Biodiversidade “Marco Flávio da Costa Chaves” (PNMCBio). São espaços em que há conservação de abelhas nativas sem ferrão.
A principal contribuição desta iniciativa municipal é a manutenção da flora. A instalação de meliponários nos parques naturais de Sorocaba faz parte do Projeto VivAbelha – Meliponicultura nos Parques de Sorocaba, uma parceria firmada desde 2014 pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema) com a Associação Paulista de Técnicos Apícolas (APTA), Federação de Associações de Apicultores e Meliponicultores do Estado de São Paulo (Faamesp) e a Cooperativa de Apicultores de Sorocaba e Região (Coapis). José Carmelo de Freitas Reis Júnior é técnico ambiental da Sema, mas facilmente poderia ser chamado de apicultor, em virtude do zelo dado aos meliponários.
Ele é o encarregado de cuidar dos que ficam no Jardim Botânico e no PNMCBio. Explica que existem diferenças se comparados a um apiário, por exemplo. “Nos apiários, geralmente, trabalha-se com as abelhas Apis melliferas, que são híbridas, uma mistura entre africanas e europeias; enquanto isso, nos meliponários, as espécies são daqui da região.” O técnico da Sema diz que as abelhas dos meliponários de Sorocaba são do tipo Trigonas, espécies Jataí, Borá, Mandaguari, Tubuna e Mirim Droryana. “E elas não têm ferrão, porque o ferrão foi atrofiado no decorrer de sua evolução”, ressalta. Reis faz uma analogia à sociedade humana para explicar a dinâmica de sobrevivência das abelhas. “Elas também precisam de recursos da natureza para sobreviver.
Necessitam das plantas para adquirir o pólen, que vai ser a proteína dela, e o néctar, que vai usar para o mel; além dos óleos, resinas e látex para produzir o própolis”, explica. ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL – No caso dos meliponários, o técnico da Sema aponta que é feita a alimentação artificial das abelhas, tendo em vista a insuficiência de recursos na natureza. “Com a perda de habitats e o desmatamento, precisamos preparar o alimento para as abelhas. Aqui usamos açúcar e água. Vira uma espécie de melado e depois colocamos limão, para favorecer a fermentação”, cita.
Reis admite que, devido à maneira de alimentá-las, as abelhas nativas acabam não produzindo o mel tradicionalmente conhecido. Sobre a importância ambiental desses insetos, acrescenta que ajudam na continuidade de algumas espécies de plantas, bem como corroboram diretamente na alimentação das pessoas. “Isso porque (as abelhas) também realizam a polinização em áreas agrícolas”, pontua. Há possibilidade, ainda, de ser criado e mantido um meliponário em casa. Para isso, basta colocar na sombra uma caixa com a grossura suficiente para manter a temperatura em condições adequadas, sem que haja aquecimento excessivo. “Aqui a gente usa caixas de madeira, mas tem gente que consegue fazer até com isopor. No caso da alimentação, se não houver área verde próxima da residência, também dá para fazer a alimentação artificial”, explica o técnico da Sema.
Fonte: Diário de Sorocaba

Fonte: Canal do Produtor



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