drone_portal

“Temos que buscar o mercado da carne nobre”, diz especialista

A conquista
do status de área livre de febre aftosa sem vacinação irá colocar o Paraná em
condição privilegiada na abertura de novos mercados internacionais à carne
bovina produzida no Estado. O coordenador do Centro de Informação do
Agronegócio da Universidade Federal do Paraná UFPR (CIA-UFPR), professor Paulo
Rossi Júnior, avalia que o grande desafio da pecuária paranaense será chegar a
compradores mais sofisticados, que remuneram melhor. Ele destaca que o
principal potencial do reconhecimento internacional está justamente na aposta
na qualidade do produto a ser exportado. A análise foi apresentada na reunião
da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da FAEP, no dia 16 de setembro,
na sede da entidade, em Curitiba.

Paralelamente,
Rossi Júnior aponta que o rebanho paranaense de bovinos se manteve estável
desde o início da década, em 9,4 milhões de cabeças. Ou seja, o grande avanço
não se dará no volume de carne exportada. Outro ponto que deve restringir o
embarque de grandes volumes ao exterior é o fato de o Paraná ter apenas dois
frigoríficos habilitados a comercializar carne bovina a outros países – cada
um, com capacidade para abater 1,5 mil cabeças por dia.

“Hoje, Santa
Catarina tem o status [de livre de aftosa sem vacinação], mas não é expressiva
na pecuária bovina. Nós temos essa vantagem. Mas o nosso potencial não vai ser
em volume, mas em qualidade”, disse Rossi Júnior. “Exportar para a China é bom,
mas temos que buscar o mercado de carne nobre, que pagar mais. Nós temos uma
coisa diferente nas mãos e precisamos explorar isso”, acrescentou.

Apesar das
perspectivas positivas, Rossi Júnior entende que o mercado interno continuará a
ser decisivo para a formação de preços dos produtos da bovinocultura. Ao longo
da década, cerca de 80% da produção bovina do Paraná vêm sendo voltada ao
consumo do Estado e 20%, em regra, exportados. Ao mesmo tempo, o professor
observa que a estagnação econômica do país – registrada nos últimos dois anos –
tem se refletivo na pecuária paranaense, com frigoríficos operando com cautela.
Este cenário acaba por interferir nos preços, deixando-os estáveis.

“O grande
formador de preço é o mercado interno. A exportação pode ajudar a melhorar um
pouco o preço geral, mas de forma muito leve e isolada”, analisou.
“Economicamente, os últimos dois anos não foram bons. Com desemprego e menor
renda, o brasileiro deixou de comer carne. Temos que ver como as coisas vão se
dar daqui para frente”, observou.

Próximos passos

Ainda na
reunião da CT de Bovinocultura de Corte, o diretor-executivo do Fundo de
Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Paraná (Fundepec), Ronei Volpi,
descreveu os próximos passos no processo de reconhecimento internacional. Ele
adiantou que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) deve
suspender oficialmente a vacinação contra aftosa no Paraná em novembro. Com
isso, o Estado teria condições de obter o reconhecimento internacional em 2021.

“O dia da
suspensão oficial da vacinação ainda não está definido. Nós defendemos que seja
30 de novembro, quando expira a última vacinação, feita em maio”, disse Volpi.

A construção
do último Posto de Fiscalização de Transporte Agropecuário na BR-116, em
Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, deve ser concluída
até o fim de novembro, segundo Volpi. O ponto era um dos últimos requisitos do
Mapa, que já reconheceu o sistema sanitário paranaense como o melhor do país.

“O Paraná
virou referência no Brasil de como deve ser a participação da iniciativa
privada, como o Fundepec. Nós somos, mesmo, o Estado que tem mais e melhor
relação do público com o privado”, definiu.

Leia mais notícias do agronegócio no Boletim Informativo.

A notícia “Temos que buscar o mercado da carne nobre”, diz especialista apareceu pela primeira vez em Sistema FAEP.

Fonte: Sistema FAEP



avatar

Envie suas sugestões de reportagens, fotos e vídeos de sua região. Aqui o produtor faz parte da notícia e sua experiência prática é compartilhada.


Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.