TECNOLOGIA NA PRODUÇÃO

Técnica de confinamento de vacas ganha espaço e resultados agradam os produtores tanto na produtividade como nos índices reprodutivos…

Construção utilizada nos Estados Unidos desde 1980 para dar conforto as vacas leiteiras, o Compost Barn começou a se popularizar no Brasil em 2012 e a cada ano vem ganhando mais adeptos. Um deles é o presidente da Associação dos Produtores de Leite de Quinze de Novembro – no noroeste do Rio Grande do Sul (Aproduleite), Fabiano André Horst, que utiliza desde abril do ano passado o alojamento para 30 animais em ordenha. Depois de um inverno chuvoso, com muito barro para lidar com as vacas, ele e a esposa, Sandra Ruppenthal Horst, chegaram a seguinte conclusão: ou paravam com a atividade leiteira ou investiam num sistema de confinamento para o rebanho.

- Era para o bem estar dos animais e nosso – admite o produtor.

Ao contrário da técnica de confinamento Free Stall (baia livre), no Compost Barn não existem baias de divisão para o descanso dos animais, porém é utilizado um espaço maior por vaca alojada para proporcionar mais conforto.

- O sistema é mais barato, mais fácil de implantar e tem melhor custo-benefício em relação ao Free Stall – compara.

NORMAS DO CONFINAMENTO

Mas como em qualquer tipo de confinamento, existem regras que devem ser seguidas para alcançar resultados duradouros. Horst informa que na lateral são necessários entre quatro e cinco metros de abertura para ter uma boa ventilação e o ideal são 15 m² de área por animal. A cama macia de serragem deve estar numa temperatura entre 50ºC e 60ºC (o termômetro mede essa temperatura a 20 cm abaixo da superfície) para a fermentação da cama ser adequada. E, claro, não pode faltar comida de qualidade.

- Os animais ficaram mais dóceis – comenta Sandra.

Para perceber essa melhora, inclusive no comportamento dos bovinos, foi preciso investir cerca de R$ 3 mil por vaca. Na propriedade em Linha Arroio Grande, no interior de Quinze de Novembro, foi feita uma construção de 506 m² de área total, sendo 352 m² de cama e 154 m² de pista de alimentação. O resultado foi um aumento de três a quatro litros de leite por animal/dia, obtendo um pico de lactação média do rebanho de 31 litros/vaca por dia.

- O investimento valeu a pena pela praticidade, pelo conforto dos animais que refletiu na produção de leite e na reprodução – analisa o agricultor.

Conforme o técnico em agropecuária da Löser Agrícola e Pecuária, Anderson Carlos Rovani, que é formado em gestão ambiental, o Compost Barn representa o futuro da propriedade leiteira para intensificar a produção e conseguir produzir mais em uma área restrita, além de amenizar alguns problemas da atividade.

- Diminui a mastite e o estresse calórico, pois está num ambiente seco com menor presença de bactérias contagiosas – destaca Anderson.



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