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SECA NO MT

A condição das lavouras de soja observadas pela 13ª edição do Rally da Safra na região de Campo Verde e Primavera do Leste, no sudeste de Mato Grosso, varia de acordo com a época de plantio. Em uma temporada de regime de chuvas atípico para o Estado, as áreas em que a semeadura ocorreu mais cedo devem ter perdas de produtividade em virtude do menor volume de precipitação nos últimos meses do ano passado.

Segundo avaliação da Equipe 3 da expedição, que o Broadcast Agro acompanha, as lavouras semeadas antes de outubro sofreram mais com a seca, enquanto as áreas onde o plantio ocorreu mais próximo do fim do ano têm melhores condições. Em geral, as áreas mais precoces são onde os agricultores plantam algodão após a retirada da soja, uma vez que o plantio da fibra ocorre mais cedo, explicou André Debastiani, sócio analista da Agroconsult, consultoria que organiza a expedição.

- Na região de Campo Verde teve um ‘bolsão’ de seca, com partes de soja precoce mais afetadas. Onde entrou algodão, os produtores sentiram mais os efeitos da falta de chuvas – disse.

Parte da equipe que avaliou as lavouras da região no início desta semana relatou que a fibra já foi semeada em várias propriedades. Ao norte de Primavera do Leste, o agrônomo Leonardo Bottan, da Fazenda Centro-Oeste, disse que asoja foi semeada em 1º de outubro, dez dias após o planejado, por conta da falta de chuvas.

A propriedade prioriza o plantio de algodão, por isso, foi feita a escolha pela soja precoce. Sem o uso de fertilizantes na medida recomendada para a cultura da oleaginosa, a expectativa do agrônomo é colher uma média de 40 sacas por hectare. Com o atraso no plantio da soja, o algodão também está sendo semeado mais tarde que o previsto.

- A ideia era plantar até o dia 20 de janeiro, mas ainda tem área para semear – relatou Bottan.

Plantio tardio

As áreas de soja no sudeste de Mato Grosso que foram semeadas mais tardiamente apresentam boa condição e, com o avanço da colheita, os relatos são de produtividade dentro ou acima da média. No primeiro dia de expedição, a Equipe 3 do Rally da Safra percorreu os municípios de Campo Verde e Primavera do Leste, onde encontrou várias lavouras em fase de colheita.

Em geral, as condições da soja semeada mais tardiamente estão melhores que as mais precoces, que foram prejudicadas pela irregularidade de chuvas nos últimos meses de 2015. “As lavouras de soja plantadas a partir de outubro estão indo bem, foram semeadas dentro da janela, apesar de haver algum atraso” com relação aos anos anteriores, avalia Valmir Assarice, analista da Agroconsult.

Segundo ele, essas áreas foram menos afetadas pela falta de chuvas. De acordo com medições da consultoria que organiza o Rally e com relatos de agricultores, algumas lavouras podem ter rendimento superior a 60 sacas por hectare, apesar de alguns problemas pontuais. Essas áreas com melhor condição das lavouras são principalmente aquelas onde se pretende semear a segunda safra de milho (safrinha).

Isso porque o cereal pode ser plantado até meados de março na região, permitindo que o plantio da soja seja realizado mais perto do fim do ano. Nessa semana, o Rally da Safra chegou a encontrar, inclusive, áreas onde a semeadura da safrinha já havia começado.

Em áreas ao norte do município de Primavera do Leste, mais próximas a Paranatinga, entretanto, produtores relataram que a soja está sendo colhida pouco depois do que era previsto, o que pode causar atrasos no plantio do milho safrinha. Nessa região, há lavouras da oleaginosa em diversos estágios de desenvolvimento, com áreas já colhidas ou em fase de colheita e outras ainda com folhas verdes, nas quais a retirada da soja só deve ocorrer no fim de fevereiro.

Restam dúvidas quanto ao tamanho e peso dos grãos, que foram afetados pela falta de chuvas durante a fase de enchimento. Técnico de campo de uma propriedade em que a colheita foi iniciada na semana passada revelou que as áreas instaladas cerca de 50 km ao norte de Primavera do Leste foram as mais prejudicadas.

- Esse talhão não está muito bom, sofreu com falta de chuva na floração e no enchimento e deve ter produtividade de umas 52 sacas por hectare – disse o técnico.

De acordo com a fonte, outras propriedades do mesmo grupo plantadas pouco mais ao sul devem ter rendimento entre 60 sacas e 65 sacas por hectare. Contudo, com a maior parte da área de 11 mil hectares de soja ainda por colher, considerando todas as propriedades do grupo, o técnico tem dúvidas quanto à possibilidade de terminar o plantio da safrinha de milho.

- Acho que não vamos conseguir plantar 100% do milho – disse.

Segundo ele, a expectativa é seguir com o plantio do cereal até o fim de março.

Fonte: Globo Rural



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