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PROLIFERAÇÃO DE JAVALIS EM DEBATE

Nesta quarta-feira, dia 26 de setembro, a Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP) promove uma discussão técnica sobre o controle populacional da fauna exótica e fauna silvestre nativa superdominante. No centro do debate, as populações de capivaras, javalis e javaporcos, cujo descontrole vem preocupando produtores rurais, instituições ligadas ao agro e à saúde pública.

A confirmação recente de casos de febre maculosa no Estado de São Paulo chama a atenção: a capivara é hospedeira do carrapato estrela, que pode transmitir a bactéria (Rickettsia rickettsii) causadora da doença. Apenas neste ano, 17 pessoas morreram no Estado vítimas da febre maculosa.

Ana Carolina Chagas, presidente da comissão de estudos para controle populacional de capivaras na Fazenda Canchim, onde funciona a Embrapa, disse que o centro de pesquisa monitora anualmente os equinos da fazenda, que servem de sentinelas para a febre maculosa. Os exames são realizados em parceria com a USP (Universidade de São Paulo) e os resultados têm sido negativos.

“Mesmo assim existe o risco porque sabemos que as capivaras se deslocam e animais com carrapatos contaminados com R. rickettsii podem migrar para a fazenda”, afirmou.

Além da preocupação com a febre maculosa, a presença de javalis e javaporcos vem causando prejuízo nas lavouras, tanto na fazenda da Embrapa quanto em propriedades particulares.

A caça aos javalis e javaporcos está liberada em todo o Brasil e havia sido proibida no Estado de São Paulo pela lei nº 16.784, sancionada em 28 de junho deste ano. No entanto, em função da mobilização de caçadores, agricultores, entidades e políticos, o governador em exercício, Márcio França, recuou e publicou nova regulamentação liberando a caça em São Paulo. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado de 10 de agosto.

A Resolução Conjunta entre as Secretarias de Agricultura e Abastecimento e do Meio Ambiente leva em consideração “os prejuízos à produção agropecuária, diante da possibilidade de transmissão de febre aftosa e outras zoonoses, bem como ao meio ambiente, com a destruição de nascentes e prejuízos à biodiversidade”.

Segundo Ana Carolina, a ideia do evento é reunir especialistas e atores importantes relacionados ao tema para fomentar uma discussão que gere informações para o manejo e controle. Foram convidados professores e pesquisadores que atuam na pesquisa sobre o tema e órgãos que regulam o abate, a proteção e o manejo. “A capivara é uma espécie nativa e tem que ser protegida, mas ao mesmo tempo, essa é uma questão muito delicada e que precisa ser vista com realismo”, afirmou.

Programação

O evento será aberto às 8h, no auditório Antonio Pereira de Novaes, pelo chefe geral da Embrapa Pecuária Sudeste, Rui Machado. A própria Ana Carolina fará a primeira palestra, sobre as ações da comissão que ela preside e Marco Aurélio Bergamaschi, chefe administrativo do centro de pesquisa, guiará uma visita às áreas atingidas da fazenda. Também participam os convidados Paulo Bezerra (NPC), Monicque Silva Pereira e Camila Abreu (SMA), Virgínia Santiago Silva, da Embrapa Suínos e Aves (Concórdia-SC), Guilherme Rocha (SMA).

Fonte: EMBRAPA



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