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Produtores de leite buscam diálogo durante a pandemia

Diversos produtores de leite do Paraná vêm relatando
que as indústrias lácteas não estão honrando os valores estabelecidos pelo
Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado do Paraná
(Conseleite-PR), utilizados como referência na negociação da matéria-prima
leite. Desde que foram impostas as medidas de isolamento social para contenção
da coronavírus, os consumidores aumentaram sensivelmente a demanda por produtos
lácteos entre final de março e início de abril. Porém, no início de maio
algumas empresas têm resistido a pagar pelo produto com base nos valores de
referência. Essa situação se repete em diversos Estados.

De acordo com o Ronei Volpi, presidente da Comissão
Técnica de Bovinocultura de Leite da FAEP e da Câmara Setorial do Leite e
Derivados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), não
está ocorrendo um equilíbrio do setor, por conta da resistência das indústrias.
“Com a pandemia, teve um momento atípico em final de março e começo abril,
quando os Conseleites e o Cepea [Centro de Estudos Avançados em Economia
Aplicada] apontaram estabilidade e um aumento no valor de referência a ser pago
no início de maio. Ocorre que nas principais regiões produtoras do país há uma
resistência grande de algumas empresas em manter esse equilíbrio que sempre
houve”, avalia.

Segundo Volpi, os produtores de leite vêm enfrentando
uma crise após a outra. No primeiro trimestre de 2020, o preço do litro pago ao
produtor caiu 5,9%, enquanto, neste mesmo período, o custo de produção aumentou
3,18%. “Os custos subiram muito no início do ano, quando não houve aumento
de preços ao produtor”, considera.

A FAEP se posicionou e a CNA emitiu uma nota oficial
apontando esses fatos e conclamando a indústria para que dê continuidade à
política calcada no diálogo, que vinha proporcionando grande crescimento ao
setor lácteo brasileiro. “Precisamos manter o diálogo e a transparência.
Se a indústria está tendo problema com a queda acentuada nos preços dos
produtos lácteos na segunda quinzena de abril e primeira de maio, isso é um
assunto para os Conseleites discutirem no mês de maio”, aponta Volpi.

Problema afeta o Paraná

A cadeia do leite é uma das mais importantes do Paraná
e uma das que mais se desenvolveu nos últimos 20 anos. O ponto forte deste
arranjo sempre foi o equilíbrio entre o produtor rural e a indústria, que
juntos transformaram o Estado no segundo maior produtor de leite do país, atrás
somente de Minas Gerais.

As relações entre produtores e laticínios ganharam um
importante reforço em 2002, com a criação do Conseleite Paraná, que reúne de
forma paritária representantes dos produtores (representados pela FAEP) e das
indústrias (representadas pelo Sindileite-PR) para juntos definirem o valor de
referência para o leite a ser pago aos produtores do Estado, com base no
desempenho de um mix de produtos lácteos no atacado. No centro desta balança
está a Universidade Federal do Paraná (UFPR) responsável pelos trabalhos
técnicos, que garante isenção e equilíbrio aos processos.

No início de maio, porém, a exemplo do que vem
ocorrendo em outros Estados, algumas empresas deixaram de cumprir os pagamentos
com base no valor do Conseleite, agravando ainda mais a situação dos produtores
de leite do Paraná.

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Fonte: Sistema FAEP



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