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Produtividade vai puxar aumento da safra de grãos na próxima década

Reconhecido como um dos principais produtores de grãos do
país, o Paraná deve ver suas safras de soja, milho e trigo avançarem de forma
expressiva ao longo da próxima década. Uma projeção do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) prevê que a produção paranaense
aumente, pelo menos, 28% até 2029. No mesmo período, a área destinada ao
plantio deve aumentar pouco, permanecendo quase estável. Ou seja, todo esse
crescimento previsto ocorrerá a partir de maiores índices de produtividade, que
devem crescer ano a ano em todas as culturas.

Segundo o estudo do Mapa, as produções de soja, milho e
trigo do Paraná devem saltar de 34,9 milhões de toneladas para 44,7 milhões de
toneladas nos próximos dez anos. Se a projeção se concretizar, a safra
paranaense será responsável pelo equivalente a 14,9% dos grãos produzidos em
território brasileiro. Além disso, os índices do Paraná superam as médias
nacionais previstas, tanto em relação à produção, quanto à produtividade. Os
dados apontam, portanto, para uma década de boas perspectivas para o
agronegócio paranaense.

“Na agricultura moderna, o grande desafio é produzir mais,
dentro de uma mesma área plantada. No nosso Estado, as fronteiras agrícolas já
chegaram ao limite. Ou seja, precisamos apostar em produtividade. E temos feito
isso, com uso de tecnologia, aplicando inteligência ao campo e com as técnicas
mais modernas do plantio à colheita”, reforça o presidente do Sistema
FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette.

Soja

Terceiro maior produtor de soja do país, o Paraná deve
ampliar de forma acentuada a sua safra. O Mapa projeta crescimento de 43,8% na
produção estadual, chegando a 23,3 milhões de toneladas. A lavoura deve se
expandir para além de um quarto da área atual, ocupando espaço de outras
culturas, como o milho.

Mas o avanço da oleaginosa não será calcado só no tamanho da
lavoura, mas na produtividade – que deve aumentar 16,6%, segundo a previsão do
Ministério. Para a engenheira agrônoma do Departamento Técnico Econômico (DTE) da
FAEP Ana Paula Kowalski, a evolução contínua na produção de soja será puxada,
principalmente, pelo direcionamento ao mercado internacional. Só no ano
passado, o Paraná exportou o equivalente a 6,9 bilhões de dólares em produtos
do complexo soja.

“A soja é e continuará sendo o carro-chefe da produção e das
exportações brasileiras. A maior produção da oleaginosa busca atender a uma
demanda crescente por seus derivados, como farelo e óleo, principalmente o
primeiro, base de formulações de ração animal”, observa Ana Paula.

Presidente da Comissão Técnica de Cerais, Fibras e
Oleaginosas da FAEP, Nelson Paludo, observa que variedades de sementes mais
produtivas tiveram que deixar de ser usadas em razão de doenças – como o cancro
da haste. Sem o surgimento de novas variedades, o também produtor acredita que
o ganho em produtividade será puxado pelos cuidados adotados pelos produtores
rurais da porteira para dentro, principalmente no que diz respeito ao
tratamento de solo.

“O produtor tem que ter uma atenção especial ao solo, fazer
correção para ter um perfil e uma terra melhores, que garantam uma
produtividade maior do que a que temos hoje. Não vai ter ganho em produtividade
sem cuidar do solo”, avalia Paludo.

Milho

Apesar da previsão de perda de área plantada nos próximos
dez anos, a produção de milho do Paraná também deve aumentar. A estimativa é de
que o Estado colha 17,6 milhões de toneladas na safra 2028/29, aumento de 10%
em relação à safra atual. Este incremento na produção deve ocorrer, segundo o
Mapa, por causa da produtividade, que pode crescer 19,7%, fazendo com que o
produtor paranaense colha, em média, 7,3 toneladas por hectare. O Estado irá
continuar garantindo a segunda maior safra de milho no Brasil.

Em relação ao cereal, Paludo aponta que o avanço na
produtividade deve se dar, principalmente, a partir da tecnologia de
melhoramento das sementes. Por isso, o presidente da Comissão Técnica da FAEP
demonstra otimismo muito maior em relação ao cereal, cuja produção pode chegar
a superar as perspectivas traçadas pelo Mapa.

“As variedades de semente do milho melhoraram muito. Se
comparar há 15 anos, por exemplo, o milho hoje produz muito mais. As variedades
vêm respondendo bem ao nosso clima e garantindo um resultado ótimo”, define.

Trigo e outros

O levantamento revela perspectivas favoráveis também ao
trigo, cultura que tem a maior previsão de produtividade nos próximos dez anos,
chegando a um avanço de 25%. Segundo o Ministério, com a lavoura aumentando
apenas 10% no período, a produção esperada é de pelo menos 3,8 milhões de
toneladas – o que corresponderia a uma safra 36% maior do que a colhida no
último ciclo.

As projeções traçam, ainda, os prognósticos para a
cana-de-açúcar, cuja produção deve aumentar quase 25%, atingindo o volume de
52,5 milhões de toneladas. Segundo o Mapa, este avanço será calcado tanto na
ampliação da lavoura (que terá expansão de 25,9%, chegando a 700 mil hectares) e
na produtividade (que deve aumentar 7,1%, com a produção de 75 toneladas por
hectare).

“No caso da cana, teremos uma expansão de área não só no
Paraná, mas em Goiás e em Minas Gerais. É um ritmo de expansão de produção, no
entanto, que vai depender muito dos preços tanto do etanol quanto do açúcar”,
observa José Garcia Gasques, da Secretaria de Política Agrícola do Mapa e que
coordenou o levantamento das projeções.

Leia a matéria completa e veja os infográficos no Boletim Informativo.

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Fonte: Sistema FAEP



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