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PECUÁRIA VOLTA A CRESCER

“A produtividade da pecuária volta a crescer. E olha que o cenário é adverso. ” Quem me afirmou isso é Maurício Nogueira, diretor da Athenagro e coordenador do Rally da Pecuária, maior giro pelas fazendas brasileiras para levantamento de informações atualíssimas do cenário do gado de corte.

A produtividade caiu no ano passado. Este ano, houve recuperação. “No ciclo completo, o aumento médio foi de 23% entre os pecuaristas entrevistados durante a expedição em relação à 2017 – de 8,3 arrobas por hectare/ano para 10,3 arrobas/hectare/ano”, informa Nogueira. Ele continua:

“Essa recuperação comprova a diferença do comportamento observado em 2016, quando o pecuarista reduziu o uso do pacote tecnológico em função da diminuição de margem. Em 2017, com as margens ainda baixas e projeção de nova queda para 2018, o produtor volta a buscar maior eficiência”.

O diferencial, assim, está em ser eficiente.

Confira a dimensão da expedição: As equipes percorreram cerca de 60 mil quilômetros nos principais polos pecuários do Brasil. Produtores e técnicos de mais de 290 municípios compareceram aos eventos e oficinas ou então foram visitados.

Segundo Nogueira, a edição 2018 do Rally da Pecuária foi a maior em número de eventos e atividades, com 42 palestras para produtores, sendo 12 eventos oficiais e 30 oficinas de produtividade, encontros e debates.

“O objetivo foi aproveitar ao máximo a nossa presença em campo. Com isso aumentamos em 50% o número de eventos durante o trajeto”, relata Nogueira.

Em três meses de viagens foram avaliados 158 pastos.

O longo caminho foi iniciado no dia 18 de junho e encerrado no dia 31 de agosto e 7 equipes técnicas visitaram 70 municípios em 11 Estados – Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Pará, Mato Grosso, Rondônia e Acre. Esses Estados respondem por 82% do rebanho bovino e 86% da produção de carne. “Durante o percurso previamente planejado para cada equipe, os técnicos da expedição visitam, aleatoriamente, propriedades de pecuária e conduzem entrevistas qualitativas e quantitativas com os pecuaristas”, explica Nogueira.

Entre os entrevistados, a quantidade de animais terminados em confinamento foi estimada em 890 mil cabeças, um aumento de 9,5% em relação ao volume confinado em 2017.

“O aumento na quantidade de animais confinados ocorre mesmo com o cenário de custos 22% acima do que o observado no ano anterior”, observa Nogueira.

“Apesar desse quadro, chama a atenção a redução na adubação de pastagens este ano, quando comparada a 2017. Mesmo somando integração, adubação e reforma, é possível identificar uma piora nos tratos culturais dos pastos, o que implica em um gargalo nas fazendas”, diz ele.

André Pessoa, diretor da Agroconsult, empresa de consultoria que comanda o Rally da Safra, analisa: “O cenário observado ao final desta edição do Rally é bem diferente e mais positivo em relação ao que se observava em junho, quando a expedição saiu a campo. As exportações tiveram recuperação e os preços pagos aos produtores melhoraram”, diz.

E as expectativas para o segundo semestre deste ano?  “No segundo semestre as expectativas para o setor são melhores, embora a curva ascendente do dólar desperte preocupação em relação aos custos”, responde Pessoa. E mais:

“O comportamento do mercado é didático para justificar o tema levado a campo nos eventos do Rally. Mesmo em ambientes turbulentos, é imprescindível manter a resiliência e o comprometimento com o planejamento pré-definido.”

O Rally da Pecuária, organizado pela Agroconsult e Athenagro – novo nome da Agroconsult Pecuária – é patrocinado por Corteva Agriscience – Divisão Agrícola da DowDuPont, JBS, OCP, Ourofino Saúde Animal, Phibro Animal Health, Santander e Amarok / Volkswagen.

A oitava edição ainda contou com apoio do GTPS (Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável), Agrosatélite, Webmotors, SRB (Sociedade Rural Brasileira), CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária), Abiec (Associação da Indústria Exportadora de Carne), Abag (Associação Brasileira de Agronegócio), GPB (Grupo Pecuária Brasil) e FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

Fonte: Revista Globo Rural



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