PARREIRAIS E ESTRADA

Responsáveis pela produção e pelo escoamento das riquezas do Brasil, agricultores e caminhoneiros têm a nobre missão de promover o desenvolvimento de uma nação. Dedicação e garra são virtudes marcantes destes profissionais que enfrentam constantes dificuldades para trabalhar. Um digno representante dessas duas categorias é o motorista e produtor rural, Ari Bonetto.

O gosto pela terra é herança do falecido pai, Ângelo Bonetto, com quem desde criança aprendeu a trabalhar nos parreirais e na atividade leiteira. Mas em 1970 começava a surgir uma nova paixão na vida dele: o volante. O começo foi dirigindo taxi, mas dois anos depois o caminhão toco 11-13 deu início a transportadora, sendo que a primeira viagem foi para a Enoagro Comercial Agrícola. A frota cresceu, hoje são cinco caminhões que carregam adubos, rações, uvas e vinhos para empresas do ramo agrícola e vinícolas. Agora ele também não está mais sozinho, o filho André Bonetto e o sócio em um caminhão, Sérgio Frizzo, dividem a boléia. E na época da safra, dois motoristas são contratados para dar conta do serviço.

- Sempre gostei de caminhões – conta o experiente motorista de 60 anos.

E lá se vão 36 anos de estrada, sem nenhum acidente no volante, ao menos com os veículos pesados. O único acidente foi em uma moto: Bonetto bateu em uma vaca, ficou seis meses afastado do trabalho e ganhou como herança duas platinas e sete parafusos na perna esquerda.

E outras pedras também estiveram pelo caminho. Duas vezes o motorista já foi vítima dos ladrões. Em 1999, o Ford Cargo 16-22 novo, que só tinha feito duas viagens foi roubado em um posto de combustíveis de Forqueta. E até hoje, não se sabe onde foi parar o veículo. Dois anos depois, outro furto: na Festa de São Cristóvão em Forqueta roubaram mais um caminhão, mas este foi localizado no Desvio Rizzo. Lembranças que fazem o caminhoneiro pisar no freio quando o assunto é segurança.

- A gente tem medo. Eu sempre subo a Serra antes das 21h, porque também tivemos outros amigos com caminhões roubados. Não vale a pena arriscar – reitera.

Sempre que está livre da estrada, dá um jeito de lidar na propriedade de 13 hectares em São José da Linha Feijó – Forqueta, no interior de Caxias do Sul – na Serra gaúcha. O cultivo de uvas é o carro-chefe, mas a criação de suínos, galinhas e gado de corte para o sustento da própria família também faz parte do trabalho.

- Sempre gostei da agricultura, por isso, ainda tenho raízes na terra – confessa.



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