el ninho trigo

OUTRA AMEAÇA DO EL NIÑO

O Paraná, maior produtor de trigo do Brasil no ano passado, tem condições de colher uma safra histórica do cereal em 2015 de 4 milhões de toneladas, superando o recorde de 2014, mas o fenômeno climático El Niño, que tradicionalmente traz chuvas para o Sul durante a colheita, é uma ameaça, aponta o Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado a Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

O estado plantou 61% do trigo até o momento, avançando nos trabalhos após um atraso inicial por problemas climáticos e igualando o ritmo de semeadura do mesmo período do ano passado. Com chuvas recentes, as condições para a germinação estão “excelentes” na maior parte das áreas, aponta o especialista em trigo do Deral, Carlos Hugo Godinho.

Apesar disso Godinho alertou que, a exemplo do ano passado, chuvas na colheita podem limitar a produção, ainda mais agora que o plantio terá recuo de 5% ante 2014, para 1,32 milhão de hectares — uma queda maior do que a estimativa do Deral de abril, que apontava redução de 3%.

- A margem para o recorde está ficando pequena, a gente teve um El Niño fraco no ano passado, e a mesma previsão agora, inclusive de El Niño efetivamente, indica um período chuvoso. Foi exatamente isso que levou quase 10% da produção do ano passado – afirmou Godinho.

No ano passado, o Paraná colheu inéditos 3,8 milhões de toneladas de trigo, mas ainda assim abaixo do potencial.

- Está ficando complicado conseguirmos um novo recorde –  acrescentou ele.

Efeito na oferta

Uma boa produção de trigo no Brasil ajuda o país a reduzir suas necessidades de importação. O país é um importador líquido do cereal. No Sul, onde está também o Rio Grande do Sul, outro grande produtor de trigo do país, o El Niño pode trazer chuvas acima da média especialmente de maio até julho, explica o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Imnet) Fabrício Daniel dos Santos Silva.

No ano passado, a safra gaúcha foi seriamente afetada por chuvas, com a colheita ficando em 1,5 milhão de toneladas, ou cerca de 50% abaixo do potencial.

Os dois estados sulistas respondem por grande parte da safra nacional, estimada em 2015 pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 7 milhões de toneladas, o que também seria um recorde, ante 6 milhões em 2014.

O governo federal estima uma recuperação para a produção do Rio Grande do Sul deste ano, para 2,7 milhões de toneladas, em condições climáticas normais, ou seja, sem influência do El Niño.

Milho

O Deral também estimou a segunda safra de milho do Paraná 2014/15 em recorde de 10,4 milhões de toneladas, com chuvas favoráveis registradas no estado.

- Estamos mantendo a área da previsão passada, praticamente igual à da safra 2013/14 1,894 milhão de hectares – disse o técnico do Deral Edmar Gervásio, comentando a atualização de safra do departamento.

Segundo Gervásio, a estimativa de produtividade é muito boa por conta do clima favorável, podendo até superar as expectativas. A produtividade média projetada é de 5,4 mil quilos por hectare.

- Obviamente que é um cenário conservador, estamos esperando que seja maior que isso, pelas condições de clima favorável – afirma ele.

No ano passado, o Paraná colheu históricas 10,35 milhões de toneladas. Segundo o Deral, 2% da área de milho safrinha já foi colhida no estado.

Fonte: Gazeta do Povo

 

 



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