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O campo é cada vez mais feminino, segundo produtoras do Paraná

A representatividade das mulheres no agronegócio foi o tema central de uma transmissão ao-vivo realizada pelo Sistema FAEP/SENAR-PR nesta terça-feira (09) em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, que reuniu mais de 300 espectadoras.

O campo é cada vez mais feminino. As mulheres estão em postos de chefia, gerindo empreendimentos, fazendas e também trabalhando duro no próprio negócio. Elas já fazem parte do universo rural, falta ocuparem seu lugar de direito. Felizmente diversas iniciativas vem mostrando que elas vêm fazendo isso.

A escolha do time de participantes do evento online foi uma prova disso. Trata-se de produtoras e líderes rurais, que vêm estruturando junto ao Sistema FAEP/SENAR-PR iniciativas para inspirar e incentivar mais mulheres a participarem do processo de ocupação dos espaços públicos, sejam no meio empresarial, ou político.

A transmissão começou com uma apresentação da cantora Vicka, paranaense de Cascavel que estourou nas paradas brasileiras em 2020 com a canção “Pausa”. Na sequência a presidente do Sindicato Rural de Teixeira Soares e presidente da Comissão Estadual de Mulheres da FAEP, Lisiane Rocha Czech deu as boas-vindas e saudou todas as mulheres do fazem parte desse universo. “Agrônomas, veterinárias, vendedoras de seguros, de insumos e colaboradoras. Essa live foi preparada com todo carinho para vocês”.

Para falar de protagonismo e da liderança feminina no meio rural, foi convidada a palestrante Mariely Biff, consultora em sucessão familiar há mais de 10 anos, atendendo apenas produtores rurais e empresas do agro, e coautora do livro “Mulheres do Agro”, sobre sucessoras, executivas e líderes inovadoras do agronegócio.

Segundo ela as mulheres administram hoje 30 milhões de hectares em todo país. “Pensamos no que precisa ser feito, mas não podemos esquecer naquilo que a gente já conquistou”, afirmou. De acordo com a palestrante “ser protagonista é ser feliz fazendo as nossas escolhas, independente do que sejam. Não tem problema nenhuma não querer trabalhar fora, o que está errado é boicotar os próprios sonhos”, disse.

Na opinião de Mariely, o caminho para aumentar a representatividade e a participação feminina acontece por meio da empatia e do acolhimento, incentivando mais mulheres a acreditarem nos seus próprios sonhos. Além do desafio de enfrentar as tradições machistas, é necessário encarar outro ponto “Muitas mulheres têm medo de rejeição, às vezes porque já foram rejeitadas, mas então elas se fecham, se bloqueiam. Não façam isso, acreditem mais em vocês”, afirmou.

Na sequência foi a vez do depoimento da produtora Sueli Bachim, que falou da sua experiência à frente do Sindicato Rural de Uraí, (região Norte). Logo que assumiu a presidência deparou-se com o primeiro desafio: uma ordem judicial ordenava o leilão da sede do sindicato para pagar uma ação trabalhista.

Utilizando sua larga experiência como gestora de uma escola pública de 700 alunos, ela buscou “sempre com muita coragem, mas com os pés no chão”, alternativas para manter a estrutura sindical funcionando. Ao longo de três mandatos como presidente, ela resolveu as pendências financeiras e ainda aumentou o patrimônio do sindicato em mais e R$ 1 milhão. A receita encontrada por ela foi não esmorecer “Você não pode deixar de lutar, eu tive problemas desde o primeiro dia”, lembrou.

O depoimento seguinte foi da produtora rural Carla Rossato, de Santa Mariana (Norte Pioneiro), que há 20 anos trabalha administra a propriedade da família. “No meu caso venho de uma sucessão por opção. Sempre quis administrar nossas propriedades”, conta. Nessa jornada a busca pela autonomia nos serviços da propriedade foi perseguida sempre com muito planejamento e dedicação. Foi assim que ela convenceu o pai a investir em máquinas e equipamentos para modernizar a operação. “Sou fã de agricultura de precisão, acredito que temos que produzir bem na área que possuímos”, avaliou. “Eu não me acomodo, estou sempre buscando melhorar. Se a pessoa se dedicar, ela aprende. Que mais mulheres agarrem com a mesma dedicação esse projeto da comissão das mulheres”, convocou.

Em seguida foi a vez da presidente da comissão de mulheres, Lisiane Czech, falar sobre as ações do colegiado. “Essas mulheres [integrantes da comissão] foram escolhidas por serem grandes líderes e terem grandes ideias. Criamos juntas o caminho da comissão, fizemos o planejamento estratégico, elencamos nosso objetivos e ações”, afirmou.

Na sequência, Lisiane apresentou, em primeira mão, a logomarca da comissão, cujo conceito também foi fruto de um trabalho conjunto das participantes, “Representa a terra, a nossa força, nossa sororidade e tem a cara da gente! Vamos ser protagonistas da nossa história. Vamos nos juntar para que possamos, juntas, crescer”, comemorou.

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Fonte: Sistema FAEP



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