A safra de trigo no Brasil foi uma das menores dos últimos 20 anos com 4,2 milhões de toneladas e as 17,5 milhões de toneladas produzidas na Argentina tiveram como destino outros países, o resultado é que falta produto nos moinhos brasileiros e argentinos e o valor do trigo no Rio Grande do Sul de março até o final de maio saltou de R$ 550/tonelada para R$ 1.000/tonelada.

Diante desse cenário, a indústria nacional propõe ao triticultor uma negociação inédita: contrato no plantio para a entrega na safra com bons preços e lucro médio de 10% no Rio Grande do Sul e 20% no Paraná, conforme informação da Consultoria Safras e Trigos.

“É uma safra de grandes lucros para o agricultor” – ressalta o analista sênior da Consultoria Trigos e Farinhas, Luiz Carlos Pacheco.

Outro fator que fortalece o cenário de alta no preço do cereal é o estoque gaúcho que ficará zerado até setembro, atrelado a valorização do dólar diante do real, o que dificulta a entrada do trigo argentino no País. O especialista da Trigos e Farinhas acredita que essa oferta de contrato futuro é um bom negócio para o produtor.

“Quem vender primeiro, vai vender melhor – essa é a tendência. Somente quem conseguir esperar para vender em julho, agosto de 2019 pode conseguir um preço melhor, mas não é garantia de lucro real, devido aos custos de armazenagem e financeiro” – avalia Pacheco.

Em caso de reviravolta neste cenário positivo no mercado do cereal, o que parece pouco provável, a Câmara Setorial do Trigo do Rio Grande do Sul atuou fortemente junto ao Governo Federal para a reformulação de editais para acessar de forma mais rápida os programas de política de garantia de preço mínimo.

“Não perdendo a confiabilidade desses programas, mas com uma linguagem mais simples para serem acessados facilmente” – informa Barbiero.