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MAIOR FRIGORÍFICO DO BRASIL

Em um ano de crise, é de se esperar que as empresas recuem os investimentos. Não é o caso da Frimesa. Na quarta-feira (13), o diretor presidente da central cooperativa Valter Vanzella, recebeu a Gazeta do Povo em sua sala, em Medianeira (PR), e revelou: está confiante no futuro.

Não é para menos. Com crescimento de 15% no faturamento de 2016 e mais 15% no primeiro semestre, comparado ao mesmo período do ano anterior, o principal frigorífico da empresa (que funciona junto à sede administrativa) faz quase 7 mil abates diários do carro chefe da marca: a carne suína, que representa 70% do negócio.

- Nosso foco principal é o mercado interno, especialmente o pequeno e o médio varejo – diz Vanzella.

Ele credita o sucesso à estrutura de cinco cooperativas filiadas e mais de 6 mil produtores parceiros.

- Nosso frigorífico só existe por causa do produtor, mas para crescer precisamos aumentar o volume – revela.

Frimesa: projeto de expansão

Atualmente na quarta colocação no mercado nacional e exportando 15% da produção para dez países, a busca pela expansão parece natural para o executivo. Após ter a inauguração adiada em alguns meses, uma nova unidade em Marechal Candido Rondon deve finalmente entrar em funcionamento.

- Já temos registro no SIF (Serviço de Inspeção Federal) e funcionários contratados, e vamos contratar mais. Ainda em setembro vamos começar os abates experimentais – conta Vanzella.

O objetivo é começar com o abate de 800 suínos e, depois, chegar a 1,4 mil.

Cooperativa passou ilesa pela Carne Fraca

Enquanto concorrentes diretos como BRF e JBS tiveram as marcas envolvidas na Operação Carne Fraca, a Frimesa passou [praticamente] à margem da situação.

- O único impacto direto foi a redução do consumo porque o mercado esfriou – afirma o presidente, Valter Vanzella.

Ele explica que outras consequências ocorreram, como o aumento do rigor da fiscalização por parte dos fiscais sanitários.

- Existem alguns exageros, mas nada que não possa ser atendido – comenta o executivo.

As exigências acabam reforçando alguns diferenciais da Frimesa, como o alto rigor na rastreabilidade dos animais, investimento em genética de ponta e forte controle de qualidade no ciclo completo de produção de suínos.

Mas a grande espera da empresa – e do mercado – é pela unidade de Assis Chateubriand, onde será instalado o maior frigorífico do Brasil. O presidente da Frimesa afirma estar surpreso com a demora de algumas licenças, como a ambiental, mas reforça: é um projeto de longo prazo – o que tem tudo a ver com a busca pela ampliação de mercado.

- Para chegarmos aos 15 mil abates (previstos para a unidade de Assis), precisamos crescer aos poucos. Esse número é o projeto concluso, mas antes temos que passar por etapas, como 3 mil abates. É um mercado que precisamos construir, ampliar. Os [concorrentes] que não evoluírem vão parar – diz.

A expansão, afirma o executivo, é essencial devido ao volume de suínos para manter o lucro (que apesar do aumento do faturamento teve queda de 20% comparando 2015 e 2016). A Frimesa já teve de ‘alugar frigoríficos’ para ampliar os abates. Uma parcela dos suínos vivos produzidos pelos cooperados, inclusive, foi vendida.

Fonte: Gazeta do Povo



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