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Leite do Sul do Brasil vai puxar a frente para tornar o país um exportador de lácteos

O setor leiteiro dos três Estados da região Sul deve puxar o processo para que o Brasil comece a se tornar um exportador de leite. O foco no mercado internacional faz parte de um dos pontos centrais do programa de trabalho definido pela Aliança Láctea Sul Brasileira, que congrega representantes da cadeia produtiva do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Esse projeto de começar a enviar leite para o exterior fez parte da reunião da entidade, realizada em 18 de fevereiro, na sede do Sistema FAEP/SENAR-PR, em Curitiba.

Durante a sua apresentação no encontro, o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, apontou que o setor produtivo dos Estados da região Sul atingiu um padrão de excelência, com produtividade superior ao de países da União Europeia. Como exemplo, o executivo mencionou a região de Castro, nos Campos Gerais do Paraná, onde a pecuária leiteira bate recorde atrás de recorde. Lá a produtividade média é de 7,4 mil litros de leite por animal por ano, índice 146% maior que a média nacional.

“Aqui [na região Sul], nós temos os ingredientes necessários para que o país se torne exportador de leite. Temos vários municípios com produtividade imbatível, e comparação até com países da União Europeia. Temos densidade de produção, ou seja, os caminhões que fazem a captação não precisam andar tanto entre uma propriedade e outra”, observou Martins.

O chefe da Embrapa Gado de Leite não tem dúvidas: o primeiro passo do Brasil no mercado internacional de leite será dado pelos estados da região Sul. Para que isso ocorra, ele considera fundamental que a indústria se foque em exportação, principalmente no que diz respeito a parâmetros exigidos em âmbito global.

“O Brasil pode e deve aprender muito com o que está sendo feito no Sul. Agora, só é preciso uma atuação um pouco mais agressiva dos produtores e da Aliança Láctea. O leite competitivo internacionalmente é o dos três Estados: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul”, disse. O chefe da Embrapa Gado de Leite, Paulo Martins, apresentou os desafios para que o Brasil se torne exportador de leite

Gargalos

Apesar disso, Martins aponta que há alguns elementos estruturais, que entravam a atuação do setor leiteiro do Brasil em escala internacional. Um dos pontos decisivos é o custo de produção, ainda considerado alto em comparação com outros países. Na avaliação do chefe da Embrapa, isso tem relação direta com a questão tributária: os impostos atrelados a insumos ainda pesam demasiadamente sobre a produção.

“Em comparação com a Argentina e Uruguai, por exemplo, os produtores de lá levam vantagem, porque têm custo de produção menor, por terem menos imposto embutido nos insumos”, observou Martins. “Tem que haver uma ação coordenada, que deve partir do próprio produtor”, acrescentou.

Outro aspecto que pode catapultar o leite do Brasil ao mercado internacional é a instalação de uma indústria láctea voltada exclusivamente para a exportação. Martins pondera que isso pode não ter ocorrido ainda por conta da “guerra fiscal” entre os Estados. “Essa guerra fiscal atrapalha o nosso setor. Não temos uma grande fábrica por causa disso”, disse. “Mas só com menor custo e maior qualidade é que seremos competitivos e ganharemos o mercado internacional”, completou.

Leia a matéria completa no Boletim Informativo.

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Fonte: Sistema FAEP



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