Trigo Novo

FALTA DE CHUVAS TRAZ PREOCUPAÇÃO PARA O TRIGO PLANTADO

A preocupação com a falta de chuvas em estados produtores de trigo, como São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Paraná esteve entre os temas debatidos na 61ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial das Culturas de Inverno, realizada nesta semana na Expointer, em Esteio (RS). O evento reuniu representantes dos elos da cadeia tritícola, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), do Ministério da Agricultura, Secretaria da Fazenda e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Culturas de Inverno, Hamilton Jardim, destacou que existem temores com relação a perdas adicionais nas lavouras de trigo, já bastante prejudicadas recentemente pela ocorrência de geadas em estados como Paraná, São Paulo e Minas Gerais.

“Um dos temas discutidos no encontro também envolveu modificações nos mecanismos para a realização de leilões de Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) e de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro)”, afirma.

A representante da Superintendência de Gestão de Oferta da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Flávia Machado Starling Soares, trouxe números relativos à safra mundial.

“O grande destaque neste ano é a recuperação da safra global de trigo, que deve crescer 5,08% ante 2018 e atingir 768 milhões de toneladas, com uma ampliação na área de 1,55%, atingindo 218,7 milhões de hectares. Já o consumo deve avançar 2,8%, chegando a 755,9 milhões de toneladas, o que revela estoques equilibrados para o cereal”, pontua.

Com relação à safra brasileira, Flávia salienta que os números de produção devem ficar abaixo dos esperados inicialmente, por conta dos problemas climáticos ocorridos pelo frio, especialmente no Paraná.

A previsão inicial era de uma colheita acima de 6 milhões de toneladas de trigo na safra 2018/2019. Hoje o volume previsto está em 5,424 milhões de toneladas, 0,1% abaixo do registrado no país na safra anterior. Esse volume ainda pode ser revisto, a depender da continuidade do clima seco nos estados produtores”, diz.

Representantes de estados produtores ressaltaram que a situação das lavouras de trigo varia muito, de região para região. No Rio Grande do Sul, por exemplo, há uma preocupação em torno de uma possível desuniformidade das lavouras, caso não chova no curto prazo. Em São Paulo o temor é com relação à ocorrência de brusone, decorrente do efeito das geadas, que pode afetar a qualidade do grão. No Paraná, cuja colheita atinge cerca de 1% da área, o risco está na estiagem, pois não chove há quase 50 dias. Em Minas Gerais, produtores temem perdas bem expressivas por conta dos efeitos causados pela geada. Já em Goiás, afetado pela estiagem, a surpresa boa foi o excelente desempenho do cereal produzido em áreas de pivô de irrigação, o que deve ajudar a compensar a quebra ocorrida nas áreas de sequeiro.

Para a safra 2019/2020, conforme Flávia, a expectativa inicial da Conab é de que a produção de trigo possa ficar em 5,423 milhões de toneladas no Brasil, com uma necessidade de importação de ao menos 7,2 milhões de toneladas, para atender a um consumo esperado de 12,138 milhões de toneladas.

Fonte: Canal Rural



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