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EL NIÑO CASTIGA A CHINA

O El Niño, que vem trazendo chuva acima da média nos estados da região Sul do Brasil e prejudicando, principalmente, a lavoura de trigo, está provocando consequências severas em diversos pontos do mundo. Na China, o fenômeno climático causou uma forte seca – a pior dos últimos 60 anos, principalmente na região Nordeste do país. Segundo informações de analistas nacionais e internacionais, as áreas mais afetadas são localidades-chave na produção de grãos, principalmente soja e milho, em estados como Heilogjiang, Jilin e Liaoning.

Autoridades locais informaram nesta quarta-feira (22/07) que em Liaoning mais de 230 mil pessoas ficaram com pouquíssima oferta de água potável depois dessa estiagem que trouxe, desde o início de julho, temperaturas elevadas e os menores acumulados de chuvas desde 1951. Somente nessa província, a onda de calor já castigou 1,3 milhão de hectares de terras agricultáveis e aproximadamente 27,3 mil animais estão com pouca água para beber.

A província destinou US$ 21,7 milhões e mobilizou 958 mil pessoas para combater os efeitos da seca e conseguiu garantir água potável para, ao menos, 115,9 mil moradores

 Reflexos na Agricultura

Depois dessa seca que bateu todos os recordes, os níveis de água nos subsolos chineses alcançaram suas mínimas históricas este ano nas regiões nordeste e central da nação asiática onde moram milhões de pessoas. Os reservatórios estão tão secos que locais como na província agrícola de Henan, na cidade de Pingdingshan, os lava-rápidos e balneários foram fechados e estava sendo extraída águas de poças.

Assim, a agropecuária e as indústrias – que respondem por 85% do consumo de água no país – vêm lutando contra a crise hídrica já há tempos e que secou mais da metade de 50 mil rios importantes da China, deixando o país no que o governo chamou de “grave escassez de água”. As perdas estimadas para os produtores rurais pelas autoridades até este momento passam de US$ 1 bilhão.

No interior da Mongólia, por exemplo, o milho cresceu apenas a metade de seu tamanho normal e as perdas de produtividade estão claras. Na região, a água subterrânea se aprofundou de 20 para 80 metros nesse último verão.

A região – conhecida como Inner Mongolia – é a terceira maior província e a mais importante produtora de grãos da parte norte da China. Porém, com quase nenhuma chuva chegando ao local em suas áreas mais ao centro e oeste por cerca de dois meses, aproximadamente 70% das terras agricultáveis foram severamente afetadas. Mais de 1 milhão de hectares de pastagem foram afetados.

Em contrapartida, algumas outras províncias – também como consequência do El Niño – vêm recebendo elevados acumulados de chuvas, em alguns casos, são os maiores dos últimos 30 anos. As localidades também sofrem com danos, cheias não só em áreas urbanas, mas também, e principalmente, nas rurais. Muitas lavouras em áreas com Yulin, Zizhou e Tongchuan foram destruídas. Nessas áreas, segundo as previsões climáticas, mais tempestades são esperadas para os próximos dias.

Foto: www.news.cn



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