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Dia de campo fomenta plantio direto da cebola

A
cebolicultura vem trazendo novos desafios aos produtores paranaenses. Com a
redução de área plantada nas últimas safras, os produtores buscam alavancar a
produtividade por meio do investimento em técnicas de plantio, além do foco em
mais qualidade. Esse é o objetivo do 29º Encontro Estadual de Produtores de
Cebola, que acontece no dia 16 de outubro, em Quitandinha, na Região
Metropolitana de Curitiba (RMC), com apoio do Sistema FAEP/SENAR-PR.

Pela primeira
vez, o evento irá funcionar em formato de dia de campo, o que permite que os
participantes se aprofundem, de forma prática, nos aspectos técnicos da
produção de cebola. O foco é o Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH),
uma proposta mais sustentável, com base na cobertura permanente do solo e
conforto da planta. Segundo o organizador do evento e biólogo do Instituto
Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Orlando Assis, a
prática consiste no cultivo por meio de plantio sobre palhada, o que traz uma
série de vantagens em termos econômico e ambiental.

“O SPDH
conserva melhor as condições de fertilidade, umidade, textura e temperatura do
solo, reduzindo a erosão e problemas de contaminação da água. Além disso,
promove uma fertilização natural do solo por meio de organismos e
microrganismos, favorecendo a reciclagem de nutrientes”, destaca.

Em relação à
produção agrícola, o biólogo aponta a redução da necessidade de aplicação de
agroquímicos e adubos de cobertura, o que acarreta em aumento de produtividade.
“A planta tem um conforto muito maior nesse sistema, então, naturalmente,
responde muito melhor, além de demandar menos gastos do produtor”, complementa.

Como a
técnica ainda não possui abrangência na região, o evento irá abordar outros
aspectos da cebolicultura, como nutrição, identificação e controle de pragas e
doenças, adubos verdes e cobertura, fertilizantes e insumos, irrigação e manejo
da umidade do solo e sistema orgânico de produção.

O dia de
campo será composto por oito baterias e os participantes irão se dividir em
dois grupos para visitações, com um tempo reservado ao final para visita livre
aos estandes, inclusive o do SENAR-PR, e a feira de exposição ligada à
agropecuária.

Qualificação aliada à prática

As
alternativas de controle de pragas ao uso de agroquímicos serão abordadas
durante o evento. A professora Maria Aparecida Cassilha Zawadneak, da
Universidade Federal do Paraná (UFPR), será responsável pelo estande de
identificação de pragas da cebola, ao lado do Sistema FAEP/SENAR-PR. “Vamos
demonstrar os métodos de controle no Manejo Integrado de Pragas (MIP). Nesse
sentido, falar da importância da rotação de ingredientes ativos para evitar a
resistência de pragas, principalmente de Tripes”, explica.

A Tripes é
considerada a principal praga da cebola no Brasil, com proliferação favorecida
em climas quentes e secos. Na região de Quitandinha, onde acontece o evento, a
Tripes é uma praga comum e, segundo Maria Aparecida, existem muitos relatos e
reclamações de produtores. A praga se alimenta das células da planta de cebola,
causando danos e prejudicando sua capacidade de desenvolvimento, além de
transmitir viroses.

Além da
Tripes, outras pragas de ocorrência comum serão debatidas, como a mosca-da-raiz
e nematoides. “No MIP, temos que considerar as condições climáticas e a presença
de inimigos naturais. O problema é que, com o tratamento químico, a população
de inimigos naturais cai muito. Por isso a melhor maneira é implantar o MIP
para amenizar a incidência destas pragas”, destaca a professora.

Nutrição

Outro aspecto
a ser discutido no dia de campo é a nutrição da cebola, também considerada uma
deficiência na região. Segundo o pesquisador da Empresa de Pesquisa
Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) Claudinei Kurtz,
responsável pelo tema, pelo menos 13 nutrientes são essenciais para o
crescimento e boa produtividade da cultura.

“É preciso
considerar todos os aspectos exigidos da parte nutricional da cebola, em termos
de quantidade dos nutrientes, formas de aplicação ao longo do desenvolvimento
da cultura, fontes de nutrientes mais adequadas e as necessidades de absorção
destes em cada época, o que resulta em uma planta mais saudável e produtiva”,
destaca Kurtz.

Por exemplo, o nitrogênio, um macronutriente, possui maior dinâmica e, em relação às diferenças de fonte de aplicação, tipos de solo e condições ambientais, pode ter diferentes resultados na resposta da planta. “É um dos nutrientes mais difíceis de ser manejado com sucesso. Nitrogênio em excesso pode resultar em plantas mais suscetíveis a doenças, com mais perdas pós-colheita e até apodrecimento. Por outro lado, se aplicar quantidades não suficientes, existe decréscimo acentuado no rendimento”, observa. Outros problemas apontados em relação ao manejo incorreto de nitrogênio é a volatização (evaporação do nutriente) e lixiviação (escoamento das águas superficiais do solo), podendo causar erosão e perda de fertilidade do solo. Além do nitrogênio, o pesquisador da Epagri adianta que o produtor deve ficar atento ao potássio, que contribui para melhor conservação e resistência da planta, e os nutrientes absorvidos em pequenas quantidades, os chamados micronutrientes, como boro, cobre e manganês.

Leia mais notícias no Boletim Informativo.

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Fonte: Sistema FAEP



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