Credito-Rural

CRÉDITO RURAL E BANCO DO BRASIL

Os desembolsos do Banco do Brasil em crédito para a safra 2018/19 cresceram 20 por centro entre julho e outubro deste ano na comparação com igual período de 2017, em meio a um “cenário positivo de produção e preço”, disse nesta terça-feira o vice-presidente de Agronegócios da instituição, Tarcísio Hübner.

Ao mesmo tempo, ele notou que algumas linhas do governamental Plano Safra, especialmente as direcionadas para investimentos e compras de máquinas e equipamentos, podem ficar sem recursos.

“A demanda por recursos está forte. Temos visto um desembolso significativo”, afirmou ele no intervalo de evento do setor em São Paulo, destacando que mesmo adversidades como tabelamento de fretes e tensões comerciais no exterior não têm reduzido o ânimo dos agricultores.

“O produtor brasileiro é um campeão.”

Líder em crédito rural no país, o Banco do Brasil está oferecendo neste ano cerca de 103 bilhões de reais em linhas de custeio e investimento de safra, disse o executivo.

Segundo Hübner, o apetite dos produtores está forte por recursos voltados à tecnologia e ampliação de áreas, principalmente de soja.

Maior exportador global da oleaginosa, o Brasil está plantando um recorde de mais de 36 milhões de hectares com a commodity neste ano, conforme dados do governo.

A semeadura avançada, já praticamente encerrada em Mato Grosso, o maior produtor nacional, melhora o cenário para a segunda safra, a safrinha, colhida em meados do próximo ano e composta principalmente por milho, avaliou Hübner.

O algodão segunda safra em Mato Grosso também demandará mais investimentos, com um esperado aumento de área. Ao todo, os mato-grossenses vão aumentar o plantio da pluma em 18 por cento em 2018/19, para um recorde de 937,8 mil hectares, impulsionados pelos bons preços da commodity, informou na véspera o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

RECURSOS ESCASSOS

O vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil comentou ainda que a demanda também está aquecida pelo Moderfrota, financiamento para aquisição de tratores, colheitadeiras, plantadeiras, dentre outros equipamentos.

Ele não descartou uma eventual falta de recursos dessa linha até o fim do Plano Safra 2018/19, em 30 de junho de 2019.

No caso do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), os recursos já foram esgotados.

“O FCO, uma grande fonte para abastecer o Centro-Oeste, pela primeira vez desde 2013, os recursos já foram todos utilizados”, acrescentou Hübner.

No atual ciclo 2018/19, o governo brasileiro oferecerá um total de 194,37 bilhões de reais dentro do Plano Safra, superando em cerca de 2 por cento os 190,25 bilhões da temporada anterior, enquanto as principais taxas de juros foram reduzidas em 1,5 ponto percentual.

Do total do plano, cujo maior montante é financiado pelo BB, serão 191,1 bilhões de reais para custeio e investimentos. O programa prevê ainda 2,6 bilhões para o apoio à comercialização (Aquisição do Governo Federal, contratos de opções, PEP e Pepro) e 600 milhões para subvenção ao seguro rural.

Um representante do Ministério da Agricultura no mesmo evento, o secretário de Defesa Agropecuária da pasta, Luis Eduardo Rangel, disse que já vê uma sinalização para aumento de recursos de crédito rural no próximo Plano Safra, o 2019/20.

Mas Rangel não elaborou, afirmando apenas que há discussões sobre o orçamento do próximo ano.

Fonte: Reuters



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